Primeiro cinema indígena do Brasil é inaugurado na aldeia Krahô, no Tocantins
Espaço cultural construído pela própria comunidade preserva memória audiovisual do povo Krahô
Comunidade assiste à exibição de filme no recém-inaugurado cinema indígena da aldeia Koprer, no Tocantins, primeiro do tipo em terras indígenas no Brasil. Crédito: Foto: Governo do Tocantins / Divulgação Cinema em aldeia fortalece cultura e desafia invisibilidade indígena
Em um cenário onde a representatividade indígena ainda enfrenta desafios no audiovisual brasileiro, a inauguração do cinema comunitário Krahô é um passo revolucionário. Construído inteiramente pela comunidade da aldeia Koprer, o espaço possui arquibancadas e redes que permitem ao público assistir aos filmes com vista para o céu estrelado do Cerrado. Com isso, o cinema torna-se não apenas um local de entretenimento, mas de resistência e valorização da memória indígena.
Com capacidade para 150 pessoas, o projeto é um símbolo da autonomia dos povos originários na produção e preservação de sua cultura. Além de filmes em língua portuguesa, a programação também contará com produções no idioma Krahô, promovendo a preservação linguística.
Liderado por cineasta indígena, projeto terá sessões regulares a partir de 2026
A liderança do projeto está nas mãos de Hilda Krahô, cineasta reconhecida nacional e internacionalmente, que já participou de importantes festivais com suas produções autorais. Ela enfatiza que o cinema será uma ferramenta educativa e de fortalecimento identitário para as novas gerações da comunidade.
A partir de 2026, o cinema indígena Krahô contará com sessões regulares, exibindo obras de todo o Brasil. A curadoria deve valorizar produções que dialoguem com questões sociais, ambientais e culturais relevantes para os povos indígenas e comunidades tradicionais.
Espaço integra arquitetura ancestral e natureza do Cerrado
A estrutura do cinema foi planejada para se integrar à paisagem local, utilizando materiais da região e técnicas tradicionais de construção. Ao assistir aos filmes sob as estrelas, o público tem uma experiência sensorial única que conecta arte, cultura e território.
Além disso, o cinema será um centro para encontros audiovisuais, oficinas de formação para jovens cineastas indígenas e atividades de checagem de fatos relacionados à história do povo Krahô. O espaço deve funcionar também como um arquivo vivo, preservando registros visuais, sonoros e orais da comunidade.
Projeto inspira reconhecimento e destaca potência indígena no audiovisual
A repercussão do cinema Krahô já ultrapassou os limites do Tocantins, sendo destaque em meios de comunicação alternativos e fóruns culturais. Especialistas em direitos indígenas e audiovisual veem a iniciativa como exemplo de reconhecimento territorial, protagonismo e inovação comunitária.
O projeto coloca em debate a importância de democratizar o acesso à produção audiovisual e valorizar as múltiplas narrativas que compõem a diversidade brasileira. A criação do cinema em uma terra indígena também levanta reflexões sobre o papel da arte na reconstrução de identidades e enfrentamento de notícias falsas e apagamento histórico.
Cultura e ancestralidade em primeiro plano
A criação do cinema Krahô representa um marco histórico não só para a aldeia Koprer, mas para o Brasil. A iniciativa reforça a importância da autonomia indígena na produção cultural e inspira novas ações de valorização da memória e identidade ancestral. Em tempos de desinformação e homogeneização cultural, o cinema comunitário é uma ferramenta de resistência, educação e conexão intergeracional.
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