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Curitiba,30/04/2025

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    Dólar se aproxima de R$ 5,90 e Ibovespa cai com tensão entre EUA e China: como o Paraná sente os reflexos

    Recrudescimento da guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo volta a abalar mercados e pressiona economias emergentes, como o Brasil. Para o Paraná, impacto já é sentido no câmbio, nas exportações e no agronegócio.

    Portal de Notícias de Curitiba
    Dólar se aproxima de R$ 5,90 e Ibovespa cai com tensão entre EUA e China: como o Paraná sente os reflexos Dólar se aproxima de R$ 5,90 e Ibovespa .Crédito: Arte/Portal de Notícias de Curitiba

    A trégua no mercado financeiro durou pouco. A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China voltou a injetar insegurança nos investidores, derrubando bolsas e impulsionando o dólar em todo o mundo. No Brasil, a moeda norte-americana fechou esta quinta-feira (10) cotada a R$ 5,899, com alta de 0,92%, aproximando-se perigosamente da marca de R$ 5,90. O índice Ibovespa, principal termômetro da Bolsa brasileira, caiu 1,13%, após ter registrado alta expressiva no dia anterior.


    Os efeitos já são sentidos por brasileiros comuns e, mais diretamente, por setores estratégicos da economia paranaense, como o agronegócio e a indústria exportadora. Em um momento em que o dólar ainda acumula queda no ano (-4,55% em 2025), mas sobe 3,37% apenas em abril, os agentes econômicos do estado estão redobrando a cautela.


    Trégua rompida e tarifaço ampliado


    A escalada começou após declarações da Casa Branca revelarem que as tarifas comerciais aplicadas aos produtos chineses subiriam não para 125%, como inicialmente anunciado, mas para 145%. A retaliação imediata por parte do governo chinês não tardou e atingiu principalmente bens agrícolas, energia e produtos manufaturados — setores em que o Brasil é forte exportador.


    Apesar de o presidente norte-americano Donald Trump afirmar que ainda busca um acordo com a China, a sinalização de endurecimento tarifário foi suficiente para abalar os mercados e provocar fuga de capitais de países emergentes.


    O dólar alto e os efeitos diretos no Paraná


    O Paraná, estado fortemente dependente do comércio exterior, especialmente com a China, sente os impactos do dólar em alta de forma quase imediata. Curitiba e o interior do estado concentram polos industriais e agrícolas que sofrem com a instabilidade.


    1. Exportações pressionadas


    A China é o principal parceiro comercial do Paraná. Produtos como soja, milho, carnes e celulose — todos com forte presença na pauta de exportações do estado — estão no centro da disputa comercial. Um tarifaço que reduz a demanda chinesa global afeta indiretamente o volume exportado pelo Brasil e os preços pagos.


    2. Indústria paranaense afetada


    Indústrias com grande peso na economia regional, como a de papel e celulose (Foz do Iguaçu, Telêmaco Borba) e a de alimentos processados (região de Cascavel e Toledo), enfrentam maior volatilidade cambial, o que afeta contratos de exportação, planejamento de produção e investimentos.


    3. Câmbio alto pressiona insumos e logística


    O dólar elevado encarece os insumos importados e também pressiona os custos logísticos. Isso é particularmente sentido nas cadeias industriais que dependem de peças, fertilizantes ou maquinários do exterior. A produção agrícola no Paraná, por exemplo, importa grande parte de seus defensivos e fertilizantes — e sofre com o aumento de custos.


    Bolsa em queda: risco e realização de lucros


    O recuo da bolsa brasileira também tem explicação interna e externa. Após uma valorização de mais de 3% na quarta-feira (9), investidores aproveitaram a alta para realizar lucros — ou seja, vender ações enquanto estão em alta, o que naturalmente provoca correção negativa no índice Ibovespa.


    No entanto, a queda de 1,13% no dia seguinte demonstra que o movimento não se restringe à realização pontual: há uma clara aversão ao risco no cenário global. Investidores preferem ativos mais seguros, como títulos do Tesouro norte-americano, e abandonam ativos de mercados emergentes, como ações brasileiras.


    E o consumidor curitibano? Impactos no dia a dia


    A disparada do dólar afeta não apenas exportadores e investidores, mas também o consumidor comum. Em Curitiba, onde o setor de serviços e comércio é forte, os reflexos aparecem em diferentes frentes:




    • Viagens internacionais ficam mais caras, com passagens e pacotes encarecendo rapidamente.




    • Produtos eletrônicos importados ou com componentes do exterior sofrem reajustes.




    • Combustíveis e alimentos, mesmo que parcialmente, sentem a pressão da moeda americana — especialmente se a alta se mantiver por um período prolongado.




    Possível recessão global e os riscos para o Brasil


    A sinalização de um tarifaço tão agressivo entre as duas maiores economias do mundo acende o alerta para uma recessão global. Caso isso se confirme, o Brasil — e especialmente estados exportadores como o Paraná — podem enfrentar um cenário de queda nas vendas externas, redução de empregos e desaceleração econômica.


    Economistas destacam que o país precisa reforçar sua estratégia de diversificação de mercados e agregar valor à sua pauta exportadora, reduzindo a dependência de commodities primárias e abrindo novos canais comerciais com Europa, América Latina e África.




    Conclusão: o Paraná no epicentro da turbulência global


    Enquanto EUA e China disputam sua hegemonia comercial, estados como o Paraná, com forte vocação exportadora, acabam sendo atingidos em cheio. A oscilação do dólar, a queda na bolsa e o clima de incerteza global exigem planejamento, resiliência e capacidade de adaptação dos produtores, empresários e até dos consumidores locais.


    Mais do que nunca, entender os desdobramentos dessa guerra econômica é essencial para se preparar — e para garantir que Curitiba e o Paraná consigam manter sua competitividade mesmo em mares turbulentos.


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