Brasil defende papel do Brics na busca por soluções de conflitos globais
Durante reunião no Rio de Janeiro, chanceler Mauro Vieira reforça compromisso do Brics com a diplomacia e pede ação concreta para conflitos como Ucrânia e Faixa de Gaza.

Em meio a um cenário internacional marcado por conflitos armados e crises humanitárias, o Brasil reforçou sua posição de liderança diplomática no Brics. Durante a abertura da Reunião de Ministros das Relações Exteriores do grupo, realizada no Rio de Janeiro, o chanceler Mauro Vieira defendeu a necessidade urgente de atuação conjunta em prol da paz mundial. A fala ocorreu em um momento delicado, com a presença do ministro russo Sergey Lavrov, representante de um dos países diretamente envolvidos em guerra, e reforçou o compromisso brasileiro com o multilateralismo e o desenvolvimento global.
Desenvolvimento
Brasil lidera apelo por soluções diplomáticas
Mauro Vieira destacou que o prolongamento da guerra na Ucrânia tem provocado "pesado impacto humanitário", defendendo uma solução diplomática que respeite os princípios da Carta das Nações Unidas. Mesmo sem citar a Rússia diretamente, sua fala foi um chamado claro para o Brics exercer influência na busca por soluções de paz.
O ministro lembrou ainda da criação do Grupo de Amigos da Paz, iniciativa liderada por Brasil e China em 2024, reunindo países do Sul Global para promover o diálogo entre as partes em conflito.
Sugestão de imagem: Foto do encontro de ministros no Palácio Itamaraty, com destaque para Mauro Vieira e representantes internacionais.
Conflito Israel-Palestina também no centro das discussões
Além da Ucrânia, Mauro Vieira abordou a crise humanitária na Faixa de Gaza. Ele criticou a retomada dos bombardeios israelenses e a obstrução da ajuda humanitária, defendendo a solução de dois Estados como única via para a paz duradoura no Oriente Médio.
Segundo o chanceler, é imprescindível assegurar a retirada das forças israelenses de Gaza, garantir a libertação de reféns e permitir a entrada de assistência humanitária de forma plena.
Sugestão de imagem: Mapa da Faixa de Gaza, destacando áreas de conflito e ajuda humanitária.
Outros focos de tensão: Haiti e África
Vieira também chamou atenção para o agravamento da crise no Haiti, onde gangues armadas têm desmantelado a ordem pública. Mencionou, ainda, conflitos no Sudão, na região dos Grandes Lagos e no Chifre da África, reforçando que o acesso à ajuda humanitária deve ser "incondicional e imparcial".
Segundo ele, o Brics, com sua diversidade cultural e peso geopolítico, deve atuar como força pacificadora e "não como bloco de confronto".
Multilateralismo e reforma da ONU
Em seu discurso, Mauro Vieira defendeu uma profunda reforma do Conselho de Segurança da ONU, para refletir a realidade geopolítica atual. Hoje, o conselho é dominado por cinco membros permanentes com poder de veto (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia).
A ampliação do órgão, com maior representação de países do Sul Global, é uma das bandeiras centrais da presidência brasileira no Brics em 2025.
Sugestão de imagem: Gráfico ilustrativo sobre a atual composição do Conselho de Segurança da ONU.
Força econômica e estratégica do Brics
O grupo Brics, atualmente com 11 membros, representa:
39% da economia mundial
48,5% da população global
43,6% da produção mundial de petróleo
72% das reservas de terras raras
A expansão recente, com a entrada de países como Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos, fortaleceu ainda mais a importância do bloco, que atua como um dos principais fóruns políticos e econômicos do Sul Global.
O Brasil, ao assumir a presidência temporária, foca em duas prioridades estratégicas:
Cooperação do Sul Global
Parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental
A culminância dessa presidência será a reunião de cúpula, nos dias 6 e 7 de julho, também no Rio de Janeiro.
Conclusão
O apelo de Mauro Vieira durante a reunião do Brics reforça o papel do Brasil como defensor do diálogo e da diplomacia em um cenário internacional cada vez mais polarizado. A expectativa é que, até o encontro de chefes de Estado em julho, avanços concretos possam ser articulados dentro do bloco, consolidando o Brics como uma força em prol da paz mundial.
Para Curitiba, para o Paraná e para o Brasil, a presença ativa no Brics significa mais oportunidades de cooperação, fortalecimento da diplomacia e protagonismo em temas globais, que impactam diretamente o futuro econômico e social da nossa região.
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