Taxa de desemprego entre jovens cai pela metade e número de estagiários dispara no Brasil
Levantamento do Ministério do Trabalho revela recuperação histórica da empregabilidade jovem; Curitiba e Paraná acompanham tendência nacional.

O cenário da empregabilidade jovem no Brasil tem apresentado mudanças surpreendentes. Um levantamento inédito do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgado hoje (29) durante o evento Empregabilidade Jovem Brasil, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), apontou que a taxa de desemprego entre jovens de 14 a 24 anos caiu pela metade nos últimos três meses do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2019. Esta evolução positiva reflete não apenas a recuperação econômica, mas também o fortalecimento de programas de estágio e aprendizagem, tendências que já começam a impactar cidades como Curitiba e regiões do Paraná.
Desenvolvimento
A pesquisa do MTE revela que a taxa de desemprego entre jovens passou de 25,2% no quarto trimestre de 2019 para 14,3% no mesmo período de 2024. Em termos absolutos, isso representa uma redução de 4,8 milhões para 2,4 milhões de jovens desempregados. Trata-se do melhor desempenho desde o início da série histórica, reforçando uma tendência de recuperação no mercado de trabalho juvenil.
O estudo também apontou uma queda significativa no número de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham — popularmente conhecidos como "nem-nem". Atualmente, 5,3 milhões de brasileiros se encontram nesta situação, o menor número desde o início da série de monitoramento. Esse avanço é creditado, em grande parte, à expansão de políticas públicas de educação e inclusão no mercado de trabalho.
Crescimento dos estágios e aprendizes
Outro dado que chama atenção é o aumento expressivo no número de estagiários no país. Em 2023, havia 642 mil jovens nessa modalidade de contratação; já no primeiro bimestre de 2024, o número saltou para 990 mil. Este crescimento de mais de 50% reflete o esforço conjunto de empresas, governo e instituições educacionais para criar oportunidades que conciliem estudo e prática profissional.
Contexto de Curitiba e Paraná
No Paraná, dados preliminares da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) mostram que a taxa de empregabilidade jovem também acompanhou a tendência nacional. Em Curitiba, programas como o "Jovem em Ação" e as iniciativas do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE/PR) foram fundamentais para integrar milhares de jovens ao mercado formal em 2023.
De acordo com a Agência do Trabalhador de Curitiba, o número de contratos de estágio e aprendizagem formalizados na capital paranaense cresceu 47% no ano passado em comparação com 2022. A maioria das vagas concentrou-se nas áreas de tecnologia da informação, administração e serviços.
Fatores que influenciaram a melhora
Entre os fatores que impulsionaram esses resultados estão:
A expansão dos cursos técnicos e profissionalizantes em todo o Brasil;
Incentivos fiscais para empresas que contratam aprendizes e estagiários;
A flexibilização do ensino médio, com itinerários formativos que preparam melhor os jovens para o mercado de trabalho;
O aumento de vagas em cursos EAD, que facilitou a conciliação entre estudo e emprego.
Especialistas também destacam a recuperação gradual da economia brasileira pós-pandemia como um dos motores da geração de empregos para os mais jovens, além do fortalecimento de setores dinâmicos como tecnologia, saúde e serviços.
Conclusão
A queda expressiva na taxa de desemprego juvenil e o aumento do número de estagiários representam avanços concretos na luta contra a exclusão social e a precarização do trabalho entre jovens brasileiros. Em Curitiba e no Paraná, a resposta positiva às iniciativas públicas e privadas reforça a importância de políticas focadas em qualificação profissional e inclusão.
Apesar dos avanços, o desafio permanece: garantir a continuidade dessas tendências e ampliar o acesso de jovens, especialmente de classes mais vulneráveis, a oportunidades de formação e trabalho decente. O cenário atual, no entanto, é animador e aponta para um futuro mais promissor para a nova geração de trabalhadores brasileiros.
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