Um ataque inesperado em plena manhã de trabalho

Dois coletores de lixo foram vítimas de um ataque violento enquanto exerciam suas funções em uma rua residencial de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. O episódio, que ocorreu na manhã da última quarta-feira (30), por volta das 10h, foi registrado por uma câmera acoplada ao caminhão de coleta e causou comoção local. Um pitbull, que havia escapado de uma casa vizinha, atacou os trabalhadores de forma inesperada, deixando ferimentos em ambos.

O incidente reacendeu discussões sobre a responsabilidade dos tutores de animais perigosos e a segurança de profissionais que atuam em serviços essenciais.

Câmeras flagraram o momento do ataque

Imagens fortes mostram um dos coletores sendo surpreendido pelo cachorro enquanto recolhia o lixo orgânico em frente a uma residência. O animal escapou por um buraco na grade de uma casa vizinha e partiu para cima do trabalhador, derrubando-o ao chão.

Mesmo após conseguir se levantar, o homem seguiu lutando com o pitbull, que mordeu e prendeu o braço do trabalhador com os dentes. Um colega que presenciou a cena correu para ajudar, tentando afastar o animal com chutes e um saco de lixo cheio, mas também acabou sendo mordido.

Apesar da violência do ataque, os dois trabalhadores conseguiram, com muito esforço, imobilizar o cão. A gravação mostra ainda o motorista do caminhão dando ré enquanto um homem sai da residência de onde o cão havia escapado.

Ferimentos e atendimento médico

A Ponta Grossa Ambiental (PGA), empresa responsável pela coleta de lixo no município, informou que um dos coletores sofreu ferimentos na mão e o outro no braço. Ambos foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Eles receberam alta ainda no mesmo dia.

Empresa registra boletim de ocorrência

A PGA também confirmou que um boletim de ocorrência foi registrado. Segundo a companhia, o animal escapou por um buraco na grade da residência, o que evidencia negligência na contenção do pitbull.

João Carlos Cardoso, coordenador de segurança do trabalho da empresa, fez um apelo à comunidade:

"Nós divulgamos o cronograma da coleta e pedimos aos moradores para que não deixem cães soltos nos quintais nos dias em que o caminhão vai passar pela sua rua. A orientação é que os animais sejam mantidos em canis ou correntes."

Sindicato acompanha o caso e pede mais conscientização

O Siemaco, sindicato que representa os trabalhadores do setor de limpeza urbana, informou que está oferecendo suporte aos coletores envolvidos. Segundo a entidade, o uso de luvas de proteção adequadas foi fundamental para que os ferimentos não fossem ainda mais graves.

"Todos os meses há relatos de acidentes envolvendo animais. É necessário que a população tenha conscientização sobre o risco que cães soltos representam para os coletores de lixo", ressaltou o sindicato em nota.

Responsabilidade legal dos tutores

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, os tutores de cães podem responder civil e criminalmente por lesões ou danos causados por seus animais. Trata-se de uma contravenção penal, com pena que pode chegar a dois anos de prisão, além de multa e apreensão do animal.

Entre as infrações previstas estão:

• 
  

  Deixar em liberdade animal perigoso, sem a devida guarda;

  
  


• 
  

  Confiar o animal a pessoas inexperientes;

  
  


• 
  

  Excitar ou irritar o animal, expondo outros ao risco;

  
  


• 
  

  Conduzir o animal na via pública sem segurança adequada.

  
  

Casos semelhantes podem ser denunciados, de forma anônima, pelos telefones 181 (Disque Denúncia) ou 197 (Polícia Civil do Paraná), além do site da instituição.

Casos recorrentes colocam coletores em risco

Este não é um caso isolado. Profissionais que atuam na coleta de lixo em diversas cidades paranaenses relatam, com frequência, ataques de cães soltos durante suas rotinas. Em Curitiba, por exemplo, o Sindicato dos Servidores Municipais já alertou em outras ocasiões sobre o risco enfrentado por garis e coletores de lixo.

A importância da prevenção

Para evitar situações como a ocorrida em Ponta Grossa, especialistas e entidades de proteção ao trabalhador recomendam:

• 
  

  Manter os cães presos ou em canis, principalmente em horários de coleta;

  
  


• 
  

  Verificar o estado das grades, portões e muros das residências;

  
  


• 
  

  Avisar coletores sobre a presença de cães agressivos;

  
  


• 
  

  Utilizar equipamentos de segurança adequados nos serviços de coleta.

  
  

Sugestões visuais para a matéria:

1. 
   

   Imagem do caminhão de coleta da PGA (com os profissionais uniformizados);

   
   


2. 
   

   Mapa de Ponta Grossa destacando a Vila Odete;

   
   


3. 
   

   Foto genérica de um pitbull (sem identificação do animal envolvido);

   
   


4. 
   

   Infográfico sobre os direitos e deveres dos tutores de animais perigosos;

   
   


5. 
   

   Prints do vídeo (com autorização ou blur para preservar identidade).

   
   

Conclusão: um alerta para toda a população

O caso em Ponta Grossa serve de alerta não apenas para os moradores da Vila Odete, mas para toda a população do Paraná e do Brasil. Cães de grande porte, especialmente de raças com histórico de agressividade, exigem responsabilidade redobrada de seus tutores. A vida e segurança de trabalhadores que prestam serviços essenciais como a coleta de lixo não podem ser colocadas em risco por negligência.

Medidas simples, como reforçar portões, manter animais em locais seguros e respeitar os horários de coleta, podem evitar tragédias e responsabilizações legais.