Caminhonete capota após colisão na BR-476, a temida "rodovia da morte", no Paraná
Caminhonete capota na BR-476 após colisão com caminhão. Acidente deixa dois feridos em trecho perigoso do sul do Paraná.

Acidentes continuam assustando motoristas no trecho sul da BR-476
Quem passa com frequência pela BR-476, entre São Mateus do Sul e União da Vitória, já conhece bem a fama perigosa do local. Conhecida como “rodovia da morte”, a estrada registrou mais um acidente grave nesta sexta-feira (30), por volta das 15h50. A palavra-chave principal, BR-476, aparece logo no primeiro parágrafo: uma caminhonete capotou após tentar desviar de um caminhão e colidir com outro veículo de carga. Duas pessoas ficaram feridas.
A ocorrência foi registrada no km 317, no município de Paulo Frontin, sul do Paraná. Segundo o Corpo de Bombeiros, o motorista e uma passageira da caminhonete escaparam ilesos. Já um homem e uma mulher que também estavam no veículo precisaram de atendimento médico, um deles com ferimentos moderados e outro com suspeita de fraturas.
O que está acontecendo na BR-476?
O trecho onde aconteceu o acidente faz parte de uma área frequentemente marcada por colisões graves. O local, que tem pista simples e longos trechos sem áreas de escape, é constantemente citado por motoristas como um dos mais perigosos da região. De acordo com o Tenente Rozentalski, o acidente desta sexta-feira envolveu uma situação crítica de mudança de faixa:
“Ao chegar no final da pista duplicada, um caminhão estaria retornando à faixa da esquerda, que logo à frente se tornaria faixa única. A caminhonete estava ao lado do veículo e, nesse momento, invadiu a contramão e colidiu com outro caminhão que vinha no sentido oposto. Depois disso, saiu da pista e capotou”, explicou o tenente.
Caminhonete capota após desviar de caminhão e bater em outro na BR-476, no Paraná — Foto: Corpo de Bombeiros
Além da caminhonete, dois caminhões foram envolvidos na dinâmica. O motorista do caminhão atingido pela caminhonete saiu ileso. As autoridades ainda não divulgaram os nomes dos envolvidos, e o estado de saúde das vítimas segue em acompanhamento.
Como isso afeta o dia a dia dos moradores da região?
Motoristas que trafegam diariamente pela BR-476 relatam medo e tensão constante. A estrada é um importante elo de ligação entre cidades como São Mateus do Sul, União da Vitória e Paulo Frontin, utilizadas tanto por moradores locais quanto por veículos de carga. A presença de trechos sem acostamento, falta de sinalização e conversões perigosas contribuem para o alto número de acidentes.
Segundo levantamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o trecho entre os km 310 e 330 acumula mais de 11 mortes apenas nos primeiros quatro meses do ano. Essa estatística já acendeu um alerta entre lideranças regionais, que cobram melhorias urgentes.
Motoristas enfrentam perigo constante no trecho entre União da Vitória e São Mateus do Sul, com pista simples e tráfego intenso.
O que dizem os dados e especialistas sobre o perigo da rodovia?
Especialistas em segurança viária apontam que a falta de duplicações e o aumento do fluxo de veículos pesados tornam a BR-476 um verdadeiro ponto crítico no mapa rodoviário do Paraná. O engenheiro civil e especialista em transportes Rodolfo Malanski afirma que os acidentes nesse trecho são previsíveis:
“Temos um volume crescente de caminhões e veículos leves dividindo espaço em uma pista que não foi projetada para esse fluxo. Sem investimentos em infraestrutura, é uma tragédia anunciada.”
Moradores da região relatam que as campanhas de conscientização existem, mas são insuficientes sem investimentos efetivos em melhorias estruturais. Faixas de escape, radares e duplicações são medidas urgentes para frear o ciclo de tragédias.
E agora, o que esperar para o futuro da BR-476?
Com o aumento da pressão popular e a repercussão dos últimos acidentes, parlamentares e prefeituras da região sul do Paraná intensificaram os pedidos por obras. Audiências públicas vêm sendo organizadas para discutir alternativas viáveis e de curto prazo, como a instalação de redutores de velocidade e maior fiscalização nas áreas mais críticas.
Enquanto isso, motoristas seguem enfrentando riscos diários. O acidente da última sexta-feira é mais um lembrete de que a rodovia precisa de atenção urgente do poder público. Para quem vive na região, a esperança é que não seja preciso mais uma tragédia para que algo finalmente mude.
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