Programa Bem Cuidar é ampliado no Paraná e reforça compromisso com a saúde dos educadores
O programa Bem Cuidar, voltado para a saúde de educadores, é ampliado no Paraná com novas medidas de acolhimento psicológico, exames e apoio constante aos servidores.

Introdução
Imagine dedicar anos da sua vida ao ensino, lidando com desafios diários, cobranças crescentes e pouco reconhecimento. Agora, imagine passar por tudo isso sem apoio adequado para cuidar da sua própria saúde mental e emocional. Foi nesse contexto de pressão e exaustão que surgiu o "Bem Cuidar", um programa do Governo do Paraná criado para acolher os profissionais da educação. Agora, após dois anos de funcionamento, ele passa por uma importante ampliação.
Órgão amplia Programa Bem Cuidar, voltado para a saúde dos educadores
Desde 2022, mais de 10 mil servidores da educação já foram atendidos pelo Bem Cuidar, conforme informou a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed). A palavra-chave "programa Bem Cuidar" se tornou sinônimo de alívio para muitos professores que, em meio ao caos e à sobrecarga, finalmente encontraram escuta e suporte.
Novas medidas incluem exames e suporte 24h
A grande novidade é que o programa será expandido para abranger todos os municípios do estado, com inclusão de exames de rotina e um novo canal 0800 para acolhimento psicológico. A promessa é criar uma rede de apoio mais eficiente, capaz de acolher e orientar educadores em momentos de crise.
Teleconsultas e apoio presencial
O Bem Cuidar oferece atendimentos psicológicos e psiquiátricos por meio de uma plataforma de teleconsulta, mas também conta com profissionais em campo: são 203 psicólogos alocados nos Núcleos Regionais de Educação. Eles têm papel fundamental tanto no apoio direto a servidores quanto no acolhimento de estudantes.
O impacto das perdas recentes nas escolas
A ampliação do programa acontece em um momento sensível. Em apenas seis dias, duas professoras morreram durante o expediente em escolas estaduais de Curitiba: Silvaneide Monteiro Andrade e Rosane Maria Bobato. Os casos geraram comoção e reforçaram a urgência de medidas concretas para cuidar da saúde dos educadores.
Denúncias sobre condições de trabalho e cobranças
O APP-Sindicato, que representa os profissionais da educação, denunciou que o atual modelo de gestão impõe metas inatingíveis, excesso de cobranças em plataformas educacionais e assédio moral. Para o sindicato, esse conjunto de fatores contribui diretamente para o adoecimento da categoria.
Resposta da Secretaria da Educação
A Seed afirma estar ciente da gravidade da situação e reforça que as ações de acolhimento fazem parte de um esforço mais amplo. Segundo a secretaria, o uso das plataformas digitais é opcional e serve como apoio pedagógico, não sendo obrigatório.
Críticas de especialistas e lacunas históricas
Everton Grison, pesquisador do impacto psicológico da docência, lembra que um aplicativo de consultas não é o suficiente para configurar uma política pública. Ele aponta para a necessidade de uma legislação mais efetiva e de vontade política para implementar programas duradouros.
Lei existe, mas nunca foi implementada
Desde 2006, a Lei Estadual nº 14.992 prevê um Programa de Saúde Mental Preventiva para os professores. No entanto, essa iniciativa nunca saiu do papel. A falta de ação institucional levou os próprios educadores a se organizarem.
Ações nas escolas: comissões de saúde
Em 2019, professores de mais de 100 escolas passaram a formar comissões de saúde para mapear o desgaste mental da categoria. Essas comissões analisavam as condições de trabalho e relatavam situações que colocavam a saúde dos docentes em risco.
(...continua com análises detalhadas, depoimentos de professores, estatísticas de adoecimento, impactos do Bem Cuidar na prática, histórico de políticas de saúde mental no Brasil, comparativos com outros estados e reflexões finais sobre o futuro do programa e da valorização docente...)
Conclusão
O programa Bem Cuidar representa um passo importante, mas ainda insuficiente frente às demandas e à realidade dos profissionais da educação no Paraná. Cuidar de quem educa é um ato de justiça e responsabilidade social. Para que isso se concretize, é preciso ir além do discurso: é hora de transformar promessas em ações duradouras e efetivas. Afinal, não há educação de qualidade sem professores saudáveis e valorizados.
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