Explosão em fábrica da Enaex Brasil, em Quatro Barras, comoveu a Região Metropolitana de Curitiba nesta terça-feira (12). O acidente, que deixou nove mortos e sete feridos, ocorreu por volta das 10h da manhã, em uma das unidades de produção de explosivos da empresa. As vítimas foram atingidas de forma fatal enquanto participavam de um momento de oração no início do turno.

A tragédia causou destruição em larga escala dentro da fábrica e foi sentida por moradores a quilômetros de distância.

O que se sabe até agora

A fábrica, localizada no km 1 da BR‑116, é uma das maiores do país no segmento de explosivos industriais. Segundo imagens obtidas pelas autoridades, os trabalhadores mortos estavam em oração no momento exato da explosão. A Polícia Civil confirma que não havia manipulação de materiais perigosos naquele instante.

A explosão abriu uma cratera de 25 m² e comprometeu a estrutura interna da planta, lançando destroços em larga distância. Técnicos ainda avaliam a extensão do colapso estrutural e o risco de novos incidentes.

População em choque com a força do impacto

Moradores de Quatro Barras relataram o estrondo como semelhante a um terremoto. Casas vizinhas tiveram vidros estilhaçados, paredes trincadas e sensação de tremor.

“Pensei que fosse um caminhão batendo aqui na frente. Depois o chão tremeu. Nunca vivi algo assim”, contou a comerciante Lurdes Ribas, que estava a menos de 2 km do local.

Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Científica atuaram por horas nas buscas e remoção dos corpos, que estavam irreconhecíveis — tornando necessária a identificação por DNA.

Os nomes das vítimas confirmadas

A Enaex Brasil divulgou com exclusividade os nomes das nove vítimas fatais, entre elas três mulheres e seis homens:

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  Camila de Almeida Pinheiro

  
  


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  Cleberson Arruda Correa

  
  


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  Eduardo Silveira de Paula

  
  


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  Francieli Goncalves de Oliveira

  
  


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  Jessica Aparecida Alves Pires

  
  


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  Marcio Nascimento de Andrade

  
  


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  Pablo Correa dos Santos

  
  


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  Roberto dos Santos Kuhnen

  
  


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  Simeão Pires Machado

  
  

Entre as histórias marcantes:

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  Eduardo Silveira de Paula tinha dois filhos pequenos e havia sido promovido recentemente.

  
  


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  Marcio Nascimento de Andrade, 39 anos, pastor evangélico, buscava garantir plano de saúde para a filha pequena.

  
  


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  Jessica Alves Pires era mãe solo de duas meninas e trabalhava na fábrica havia apenas dois meses.

  
  

“É muito triste para a gente, muito pesado isso. A equipe de RH está trabalhando na comunicação direta com os familiares”, declarou Daniel Oliveira, diretor da Enaex, ao Portal de Notícias de Curitiba.

Autoridades apuram falhas e riscos trabalhistas

O Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) instaurou um inquérito civil para investigar as causas da explosão e eventuais falhas no protocolo de segurança da empresa.

A Polícia Científica informou que os laudos técnicos e a perícia devem ser concluídos em até 30 dias.

A Enaex Brasil, por sua vez, disse estar colaborando com todas as autoridades e prestando apoio às famílias. A empresa se manifestou oficialmente, dizendo que “a dor das perdas é irreparável e merece respeito total”.

Medo, luto e apelos por segurança

Com a tragédia, o sentimento que domina Quatro Barras é o de insegurança e tristeza. Moradores e familiares questionam a localização da fábrica próxima a áreas residenciais e cobram maior fiscalização por parte do poder público.

"Não é a primeira vez que essa empresa explode. Da próxima vez, quem garante que não atinge todo o bairro?", questiona um morador da região do Jardim Menino Deus.

Esta foi a segunda grande explosão registrada na planta da Enaex Brasil: em 2004, outro acidente matou dois trabalhadores. Agora, com nove vidas perdidas, cresce a pressão por mudança.

Você concorda com a manutenção de fábricas explosivas próximas a bairros residenciais?

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