Laudo da Polícia Federal revela fraudes em 44 postos de combustíveis de Curitiba
Perícia identificou adulteração na qualidade e quantidade da gasolina em estabelecimentos da capital e Região Metropolitana; investigações fazem parte da Operação Tank

Laudo expõe fraudes em Curitiba e Região Metropolitana
Um laudo pericial da Polícia Federal (PF) revelou que 44 dos 50 postos de combustíveis analisados em Curitiba e Região Metropolitana abasteciam menos do que o indicado nas bombas, além de apresentarem adulterações na qualidade da gasolina. As coletas aconteceram entre os dias 26 de maio e 6 de junho de 2025, como parte das investigações da Operação Tank, que apura um suposto esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis.
Segundo o documento, apenas seis amostras apresentaram conformidade entre a nota fiscal e o combustível entregue. Nos demais casos, as diferenças chegaram a 8,1% a menos de gasolina do que o pago pelo consumidor, ultrapassando os limites aceitáveis pelo Inmetro, que permite variação máxima de 0,5%.
Além da quantidade, os peritos identificaram adulterações graves na composição da gasolina. Em 28 das 50 amostras, o teor de etanol superava os 27% permitidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), chegando em alguns casos a 79% — o que pode causar danos aos veículos, especialmente os que não são flex.
O que aconteceu nos postos investigados
A perícia foi realizada por agentes disfarçados, que coletaram gasolina comum para análise em laboratório. O laudo apontou também irregularidades no aspecto dos combustíveis: uma das amostras foi reprovada por não apresentar aparência límpida e homogênea.
Segundo o perito criminal federal Vitor Gomes Figueiredo, os postos lucravam até 10% a mais ao praticar as duas fraudes em conjunto — reduzindo a quantidade de combustível entregue e adulterando a qualidade do produto.
Como a população foi impactada
A fraude atinge diretamente os consumidores, que pagaram por litros que não receberam e ainda abasteceram veículos com combustíveis fora das especificações. Além do prejuízo financeiro, há riscos mecânicos, já que motores que não são adaptados ao excesso de etanol podem sofrer danos significativos.
A irregularidade também causa impactos econômicos e ambientais, já que o consumo de combustíveis adulterados tende a aumentar emissões poluentes e reduzir a vida útil dos veículos.
De acordo com especialistas, a prática compromete a confiança do consumidor e pode gerar efeitos negativos em toda a cadeia de abastecimento.
O que dizem as autoridades
A Polícia Federal destacou que as amostras recolhidas ficarão sob custódia para garantir aos donos dos postos o direito à contraprova. O laudo servirá de base para aprofundar as investigações.
Segundo as apurações, os postos eram utilizados não apenas para adulteração e fraude de combustível, mas também como parte de um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao crime organizado. Estima-se que mais de R$ 20 bilhões tenham circulado de forma ilícita entre 2019 e 2025, com ligações a distribuidoras de petróleo, empresas de fachada e facções criminosas em outros estados.
O caso também envolve importações fraudulentas de insumos químicos, com cargas vindas de diferentes países pelos portos de Paranaguá (PR), Santos (SP) e Aratu (BA). A dívida tributária acumulada do grupo investigado pode ultrapassar R$ 1,6 bilhão.
👉 Confira a nota oficial do Inmetro sobre regulamentação de combustíveis.
Próximos passos da investigação
Os resultados do laudo fortalecem a Operação Tank, deflagrada em 28 de agosto, que mira 46 postos em Curitiba e Região Metropolitana. O objetivo agora é avançar nas denúncias de adulteração, falsificação de medidores e sonegação fiscal.
A PF informou que seguirá analisando documentos fiscais e rastreando movimentações financeiras. Além disso, os postos investigados podem ter licenças cassadas e enfrentar processos criminais e administrativos.
A expectativa é que novas fases da operação sejam deflagradas nos próximos meses, ampliando a rede de envolvidos e buscando responsabilização dos empresários ligados ao esquema.
Conclusão
O caso evidencia como práticas criminosas em postos de combustíveis de Curitiba e Região Metropolitana afetam diretamente os consumidores e a economia local. Além do prejuízo financeiro imediato, as adulterações comprometem a segurança, a qualidade do ar e a credibilidade do setor.
As próximas etapas das investigações serão cruciais para garantir transparência no mercado e punir os responsáveis. Para os moradores da capital e da Região Metropolitana, a notícia acende o alerta sobre a importância de redobrar a atenção na hora de abastecer.
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