Presidente afirma que o Brasil não pode abrir mão imediata do combustível fóssil e destaca compromisso com a transição energética sustentável.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (30) que existe uma “celeuma” no Brasil em torno da exploração de petróleo na Margem Equatorial, mas defendeu que o país não pode abrir mão do combustível fóssil “de um dia para o outro”.

A declaração foi dada durante um evento no Palácio do Planalto, onde foi apresentado um ônibus movido a biocombustíveis desenvolvido pela Mercedes-Benz. Segundo Lula, a transição energética deve ser feita com responsabilidade e equilíbrio.

“Foi dada a licença do Ibama para que o Ibama comece a fazer pesquisa. Eu tenho dito que não é possível ninguém abrir mão do combustível fóssil de um dia para noite. É preciso construir o fim da utilização do combustível fóssil. E para isso a gente tem que pesquisar a Margem Equatorial, com o cuidado que o meio ambiente exige, com a responsabilidade que o Brasil tem de mostrar que nós vamos ser o país mais perfeito do ponto de vista da transição energética no mundo”, afirmou o presidente.

⚙️ Exploração e transição energética

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou que o debate sobre o petróleo envolve demanda global, e não apenas a oferta.

“Enquanto o mundo demandar petróleo, o Brasil não pode abrir mão dessa riqueza, desse mineral importante para poder continuar combatendo miséria e fome. O biocombustível é para o Brasil o que o petróleo é para a Arábia Saudita. O equilíbrio entre as políticas públicas do petróleo e dos biocombustíveis é que faz com que o Brasil chegue à COP de forma altiva, mostrando que é o grande protagonista da descarbonização do planeta”, disse o ministro.

🌊 Licença ambiental

Na semana passada, o Ibama concedeu licença de operação à Petrobras para perfuração de um poço exploratório em águas profundas do Amapá. O bloco fica a 500 km da foz do Rio Amazonas e a 175 km da costa, na chamada Margem Equatorial brasileira — área de grande potencial petrolífero e foco de debates entre ambientalistas e o setor energético.