COP30: Preservação das florestas será destaque na conferência climática em Belém
Amazônia ganha protagonismo na COP30, com foco na proteção ambiental e nos modos de vida tradicionais
Imagem aérea mostra o contraste entre área desmatada e floresta nativa preservada na Amazônia, evidenciando os impactos ambientais causados pela degradação florestal. Crédito: © Carl de Souza / AFP Preservação florestal domina agenda da COP30, que acontece na Amazônia a partir da próxima semana
A Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), que terá início na próxima semana em Belém, no Pará, colocará a preservação das florestas como tema central das negociações internacionais sobre mudanças climáticas. É a primeira vez que o evento será sediado na região amazônica, criando um cenário simbólico e prático para as discussões: os líderes globais estarão imersos no bioma que representa um dos pilares da regulação climática do planeta.
A especialista Anna Carcamo, do Greenpeace Brasil, ressalta que a COP30 oferece uma oportunidade única para unificar os debates sobre florestas, que hoje ocorrem de forma fragmentada em diferentes grupos de trabalho. Segundo ela, o encontro deve servir para consolidar metas efetivas, como a de desmatamento zero até 2030, e fortalecer a conexão entre os acordos climáticos e de biodiversidade.
Amazônia em foco: desafios e oportunidades na luta contra o desmatamento
A floresta amazônica abriga uma das maiores biodiversidades do planeta e é crucial para a regulação do clima e da água. No entanto, sofre com desmatamento acelerado, que ameaça transformar partes do bioma em savanas, processo conhecido como savanização, com graves impactos globais.
Anna Carcamo alerta que grande parte da destruição florestal está associada ao avanço da agricultura, pecuária, conflitos fundiários, e à presença de atividades ilegais, como o garimpo. Ela destaca que o Brasil já possui milhões de hectares de áreas degradadas, que poderiam ser reutilizadas para atividades econômicas sustentáveis, evitando a remoção de vegetação nativa.
Soluções ambientais: agroflorestas e acordos como ferramentas de preservação
Entre as soluções em destaque na COP30 está a moratória da soja, acordo multissetorial que proibiu a compra de soja proveniente de áreas desmatadas na Amazônia após 2008. A iniciativa, que envolveu grandes compradores e organizações ambientais, reduziu o desmatamento em quase 70% entre 2009 e 2022, mesmo com a expansão de 344% na área plantada, segundo dados apresentados por Carcamo.
Outro caminho é a recuperação de áreas degradadas por meio de projetos liderados por comunidades locais. Um exemplo de sucesso vem do povo Apurinã, na Terra Indígena Caititu, no Amazonas, que desde 2014 promove sistemas agroflorestais como forma de restaurar o solo, preservar a biodiversidade e gerar desenvolvimento socioeconômico sustentável.
COP30 em Belém: expectativa global e protagonismo amazônico
Na próxima quinta (6) e sexta-feira (7) ocorre a Cúpula de Líderes da COP30, encontro preparatório com chefes de Estado e de Governo para definir as prioridades globais antes do início oficial das negociações.
A realização da COP30 em Belém simboliza uma mudança de paradigma: ao trazer a comunidade internacional para o coração da Amazônia, o evento reforça a urgência da preservação florestal como eixo central do combate às mudanças climáticas. Para especialistas e defensores ambientais, o desafio agora é transformar as discussões em ações concretas, inclusivas e eficazes.
Conclusão
A preservação das florestas, especialmente da Amazônia, é um dos temas mais urgentes da agenda climática mundial. A COP30 representa uma oportunidade histórica para alinhar compromissos globais à realidade local, promovendo justiça climática e proteção aos povos tradicionais. A floresta, símbolo de vida e resistência, precisa deixar de ser apenas cenário para se tornar protagonista das soluções que o mundo exige.
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