Com apoio inédito, Samir Xaud deve ser eleito novo presidente da CBF
Com respaldo de 25 federações e 10 clubes das Séries A e B, médico roraimense deve vencer eleição da CBF sem concorrência direta, marcando novo capítulo no futebol brasileiro

Uma eleição sem disputa: CBF deve ter novo presidente no próximo domingo
Em um movimento sem precedentes na história recente do futebol brasileiro, o médico infectologista Samir Xaud deve ser eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sem enfrentar concorrência direta. Apoiado por 25 das 27 federações estaduais de futebol, além de 10 clubes das Séries A e B do Brasileirão, Xaud oficializou neste domingo (18) sua candidatura, com a chapa intitulada “Futebol para Todos: Transparência, Inclusão e Modernização”.
A eleição está marcada para o próximo domingo (25), e o prazo para registro de chapas termina na terça-feira (20). Até o momento, nenhum outro candidato conseguiu reunir o apoio mínimo necessário de oito federações, o que inviabiliza qualquer outra candidatura.
Apoio quase unânime entre as federações estaduais
A candidatura de Samir Xaud surge com força inédita. Das 27 federações estaduais que compõem o colégio eleitoral da CBF, 25 assinaram o registro de sua chapa. Apenas São Paulo e Mato Grosso não endossaram oficialmente a candidatura.
Esse apoio esmagador praticamente garante a eleição de Xaud. Pela regra da CBF, os votos das federações têm peso 3, os dos clubes da Série A peso 2 e os da Série B peso 1. Ou seja, mesmo que os clubes apoiem outro nome, o poder das federações pode decidir o pleito sozinhas.
Com 25 federações ao seu lado, Xaud já ultrapassa o mínimo necessário para vencer a eleição, que seria o apoio de 23 federações.
Tentativa frustrada de oposição
Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), chegou a anunciar sua pré-candidatura no sábado (17), contando com o apoio da Liga Forte União (LFU), que representa 32 dos 40 clubes das Séries A e B.
Apesar disso, sua candidatura não foi oficializada. Isso porque, pelas normas da CBF, não é possível registrar uma chapa sem o aval formal de ao menos oito federações. E com a maioria já com Xaud, não restou margem para outras articulações.
Mesmo dentro da LFU, que declarou apoio a Reinaldo, três clubes subscreveram a chapa de Xaud: Amazonas, CRB e Criciúma. A estes se somaram outros grandes como Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Paysandu, Remo, Vasco e Volta Redonda.
Quem é Samir Xaud?
Aos 41 anos, Samir Xaud é médico infectologista com especialização em medicina esportiva. Natural de Boa Vista, Roraima, ele é filho de Zeca Xaud, que comandou a Federação Roraimense de Futebol por quatro décadas.
Samir assumiu recentemente a presidência da federação, e seu trabalho já começou a ganhar destaque. Em publicação feita nas redes sociais da CBF na última sexta-feira (16), a entidade exaltou a gestão de Xaud por promover “uma verdadeira revolução no futebol local”, trazendo mais organização, visibilidade e paixão ao esporte no estado.
A nova chapa: quem acompanha Xaud na CBF?
A chapa de Samir Xaud conta com nomes influentes do futebol nacional, incluindo cinco presidentes de federações estaduais entre os oito vices:
Ednailson Leite Rozenha (Amazonas)
José Vanildo da Silva (Rio Grande do Norte)
Michelle Ramalho Cardoso (Paraíba)
Ricardo Augusto Lobo Cluck Paul (Pará)
Rubens Renato Angelotti (Santa Catarina)
Além deles, completam a chapa:
Flávio Diz Zveiter, ex-presidente do STJD
Gustavo Dias Henrique, ex-diretor de Relações Institucionais da CBF
Fernando José Macieira Sarney, interventor da CBF após afastamento de Ednaldo Rodrigues
Crise interna e o afastamento de Ednaldo Rodrigues
O caminho para a eleição de Samir Xaud foi aberto após o afastamento do então presidente Ednaldo Rodrigues, determinado pela Justiça do Rio de Janeiro na última quinta-feira (15). A decisão alegou possível falsificação da assinatura do vice-presidente Coronel Nunes em um acordo firmado com o STF, que havia reconhecido a validade da eleição anterior da CBF, em 2022.
A medida judicial anulou o acordo e destituiu Ednaldo do cargo, nomeando Fernando Sarney como interventor temporário. A decisão abriu o caminho para uma nova eleição — agora dominada por Xaud.
Como funciona o processo eleitoral da CBF
A eleição da CBF segue uma lógica ponderada de votos, o que favorece o peso político das federações:
27 federações estaduais: voto com peso 3
20 clubes da Série A: voto com peso 2
20 clubes da Série B: voto com peso 1
Para vencer, um candidato precisa obter a maioria simples dos votos ponderados. Com 25 federações ao seu lado, Samir Xaud já ultrapassa qualquer exigência matemática, mesmo que todos os clubes votassem contra ele.
O que esperar da gestão Samir Xaud?
Embora o plano de gestão ainda não tenha sido amplamente divulgado, a proposta “Futebol para Todos: Transparência, Inclusão e Modernização” aponta para uma abordagem voltada à democratização e à reestruturação da CBF.
Há expectativa de que o novo presidente atue em frentes como:
Fortalecimento das federações menores
Investimento em categorias de base e futebol feminino
Reavaliação dos contratos de mídia e patrocínio
Transparência nas finanças da entidade
Reforma do calendário e regulamentos
Reflexos para Curitiba e o futebol paranaense
Embora Roraima seja a origem do candidato, a mudança na presidência da CBF pode ter impacto direto em estados como o Paraná. Clubes como Athletico-PR, Coritiba e Operário, além da Federação Paranaense de Futebol, devem observar com atenção as novas diretrizes administrativas da entidade.
Com foco em inclusão e regionalização, a gestão de Xaud pode abrir espaço para mais investimentos nos centros fora do eixo Rio-São Paulo, trazendo benefícios para o desenvolvimento de categorias de base, infraestrutura e organização local.
Próximos passos
Com a inscrição de chapas se encerrando nesta terça-feira (20) e nenhuma outra candidatura formalizada, a eleição do próximo domingo (25) deve confirmar Samir Xaud como novo presidente da CBF.
A expectativa do meio esportivo é grande: será a primeira vez que um dirigente do extremo Norte do Brasil assume o comando da principal entidade do futebol nacional.
Conclusão
A provável eleição de Samir Xaud para a presidência da CBF representa uma mudança significativa no cenário do futebol brasileiro. Com uma base de apoio sólida e discurso centrado em inclusão e modernização, o médico roraimense deve inaugurar uma nova fase na administração esportiva do país.
Para estados como o Paraná, essa virada pode abrir caminhos para mais visibilidade e participação no planejamento estratégico do futebol nacional.
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