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Curitiba,21/05/2025

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    João Correia se compara a Jorge Jesus e Xabi Alonso após críticas no Athletico

    Técnico interino do Athletico ironiza imprensa e defende início de trabalho usando trajetórias de sucesso como Jorge Jesus e Xabi Alonso como espelho, após classificação na Copa do Brasil.

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    João Correia se compara a Jorge Jesus e Xabi Alonso após críticas no Athletico João Correia. Foto: Du Caneppele / Imago.

    Um começo contestado, mas com resposta: João Correia rebate críticas no Athletico

    No futebol brasileiro, a paciência costuma durar menos que uma coletiva de imprensa. E foi exatamente nesse espaço que o técnico interino do Athletico Paranaense, João Correia, decidiu responder as críticas que tem recebido desde que assumiu o time principal. Com apenas 15 dias no cargo, o português se viu no centro de análises duras e chegou a ser tratado como um "não-técnico" por parte da imprensa local.

    Após a classificação às oitavas de final da Copa do Brasil, Correia usou a entrevista pós-jogo para se posicionar. Com ironia, confiança e comparações ousadas, ele citou nomes como Jorge Jesus e Xabi Alonso — treinadores consagrados no cenário internacional — para contextualizar o próprio início e defender o tempo necessário para desenvolver um trabalho de qualidade.


    "Ganhar sem técnico": a crítica que provocou a resposta

    A frase ecoou nos corredores da Ligga Arena: “Athletico ganhou sem técnico”. Foi o estopim para que João Correia trouxesse à tona o incômodo com os comentários feitos em programas de rádio e televisão. Ele destacou que até a própria namorada ficou surpresa com a repercussão negativa.


    “Entrei no refeitório, olhei para a televisão e estava lá a minha foto com a legenda ‘sem técnico’. É difícil, mas estamos aqui para isso”, desabafou o treinador.


    A crítica, segundo ele, também partiu do programa "Donos da Bola", da Band Paraná. Sem citar nomes diretamente, Correia comentou que viu analistas pedirem sua saída imediata e retorno ao time sub-20.


    Comparações com Jorge Jesus e Xabi Alonso: provocação ou argumento?

    Para rebater o imediatismo das avaliações, João Correia decidiu buscar na história recente do futebol exemplos que reforcem sua visão de processo. Entre os nomes citados, o destaque foi para Xabi Alonso, atual campeão alemão com o Bayer Leverkusen, e Jorge Jesus, multicampeão pelo Flamengo.


    “Xabi estreou com goleada, depois perdeu de 3 a 0, tomou 5 a 1, empatou duas vezes. Se fosse no Brasil, ele seria demitido antes de fazer história”, afirmou.


    Sobre Jorge Jesus, relembrando seu início no Flamengo, João citou a sequência de empates e derrotas antes do time carioca engrenar na temporada.


    “Ganhou um jogo nos cinco primeiros e depois virou o melhor técnico da década. O processo precisa de tempo”, pontuou.



    Confiança e resposta à imprensa: "Sei bem onde vou chegar"

    Mesmo em meio às críticas, João Correia não demonstrou abalo. Pelo contrário, reforçou sua confiança e experiência, mesmo sendo jovem. Aos 33 anos, o treinador mencionou que aos 23 já comandava um time profissional, com atletas mais velhos que ele.


    “Dizem que não tenho experiência profissional. Aos 23, eu era técnico de um time com jogadores de 39. Então estudem antes de falar”, rebateu.



    Campanha no comando principal e próximos desafios

    Até o momento, João Correia soma uma vitória, um empate e uma derrota à frente do Athletico. Um desempenho modesto, mas suficiente para garantir a vaga nas oitavas da Copa do Brasil — feito que, segundo ele, não pode ser ignorado mesmo que o elenco esteja repleto de jogadores jovens.


    “Sem técnico e cheio de garotada, ganhar é um milagre”, ironizou.


    O próximo compromisso do Furacão será neste sábado (24), às 16h, contra o Athletic-MG, pela nona rodada da Série B, na Ligga Arena, em Curitiba. O clube ainda avalia possíveis nomes no mercado para efetivação do comando técnico, mas, por ora, João segue à frente da equipe.


    A influência das redes e da mídia no futebol brasileiro

    As críticas vindas da imprensa não são novidade no futebol nacional, mas o tom pessoal e a velocidade com que se espalham têm mudado a forma como técnicos lidam com o cargo. A repercussão das palavras de Correia mostra um cenário onde o profissional precisa não apenas de resultados, mas também de narrativa para justificar sua presença.

    A declaração da namorada do técnico, mencionando que o ouviu sendo chamado de "não-técnico" na rádio, exemplifica como a pressão extrapola os gramados.


    Reflexão: o tempo no futebol brasileiro ainda existe?

    A fala de João Correia evidencia uma discussão importante: o imediatismo ainda é o maior inimigo de projetos consistentes no futebol brasileiro. Quando um treinador é julgado por dois ou três jogos, mesmo diante de contextos desafiadores, como a transição da base para o profissional, algo precisa ser repensado.

    Os casos de sucesso citados por ele mostram que, em outros cenários, o tempo dado para ajustes iniciais pode ser recompensado com títulos históricos.


    Conclusão: João Correia e o desafio de vencer o relógio

    O técnico interino do Athletico assume um papel que vai além das quatro linhas: precisa provar que merece estar ali enquanto lida com a pressão, o julgamento precoce e o peso de substituir um nome como Maurício Barbieri. Se o futuro reservará ou não um espaço definitivo no comando da equipe principal, é incerto.

    Mas a certeza que João deixa é que, ao menos por enquanto, ele não se cala diante das críticas. Com personalidade forte, discurso afiado e referências de peso, ele tenta provar que, com tempo, é possível escrever uma nova história — seja no Athletico, no Brasil ou além-mar.




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