Homem é preso em Manaus por pedir dinheiro com o pai morto em cadeira de rodas: o que realmente aconteceu?
Um caso chocante em Manaus chama atenção: homem é preso após ser flagrado pedindo dinheiro com o pai já morto em cadeira de rodas no centro da cidade. Entenda os detalhes, desdobramentos e implicações dessa história real que levanta reflexões profundas.

Introdução: quando a miséria humana rompe os limites da realidade
Imagine caminhar por uma movimentada avenida do centro de Manaus em uma tarde de sábado e, entre as pessoas que pedem ajuda, se deparar com um homem empurrando uma cadeira de rodas com um idoso aparentemente doente. Você ouve pedidos emocionados por dinheiro, com a justificativa de que ele precisa comprar remédios para o pai gravemente enfermo. Mas, após alguns minutos, algo parece estranho: o idoso não se move, a cabeça está caída, os braços inertes. Foi exatamente esse o cenário que chocou populares na Avenida Eduardo Ribeiro, na zona sul de Manaus.
O caso, além de bizarro, é profundamente triste e levanta uma série de questões sobre pobreza, saúde mental, abandono, e os limites da sobrevivência humana em contextos extremos. Neste artigo, vamos analisar em profundidade tudo o que se sabe até agora, o impacto social do episódio, os desdobramentos legais e o que essa situação diz sobre a sociedade brasileira.
O que aconteceu na Avenida Eduardo Ribeiro, no centro de Manaus?
Na tarde de sábado, 7 de junho de 2025, populares que circulavam pela tradicional Avenida Eduardo Ribeiro, um dos pontos mais movimentados do centro de Manaus, começaram a notar algo estranho. Um homem pedia dinheiro com insistência, alegando que o pai — um idoso aparentemente muito doente — precisava de medicamentos caros e urgentes.
A cena parecia comum em um primeiro momento, infelizmente familiar a muitos brasileiros. Mas algo começou a chamar atenção: o idoso não se movia. Estava com a cabeça caída, sem responder a estímulos, e em uma posição desconfortável, com parte do corpo para fora da cadeira de rodas.
A suspeita: o idoso estava morto?
Não demorou para que pessoas ao redor começassem a se questionar. A inquietação coletiva levou alguns populares a confrontarem o homem, que mantinha o discurso de que o pai estava vivo, apenas "muito doente". A insistência em não deixar que ninguém se aproximasse da cadeira também levantou ainda mais suspeitas.
Foi então que os populares decidiram acionar a polícia.
A intervenção da Polícia Militar e o choque da confirmação
Policiais da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foram os primeiros a chegar ao local. Após o contato inicial com o suspeito, os agentes perceberam que havia algo de errado e chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Pouco depois, a confirmação: o idoso estava morto.
A equipe do Samu constatou o óbito ainda na Avenida Eduardo Ribeiro. A cena foi isolada, e rapidamente se espalhou pelas redes sociais, causando revolta, perplexidade e uma onda de especulações.
Quem era o homem preso? E quem era o idoso?
Até o momento da publicação desta matéria, as identidades do homem preso e do idoso falecido não haviam sido oficialmente divulgadas. Sabe-se apenas que o homem alegava ser filho da vítima e que ambos aparentavam estar em situação de vulnerabilidade social.
Segundo informações preliminares, o idoso tinha cerca de 70 anos e não apresentava sinais visíveis de violência física. A suspeita inicial é que a morte possa ter ocorrido por causas naturais ou por abandono de cuidados médicos, mas a Perícia Criminal e o Instituto Médico Legal (IML) ainda analisam o corpo.
Ele morreu antes ou depois? A linha tênue entre tragédia e crime
Uma das perguntas mais importantes para a investigação policial é: o idoso já estava morto quando foi colocado na cadeira de rodas, ou faleceu durante o tempo em que o homem pedia dinheiro?
Essa distinção muda completamente a natureza jurídica do caso. Se o homem sabia que o pai estava morto e ainda assim o utilizou para obter dinheiro, o crime pode ser configurado como vilipêndio de cadáver e até estelionato. Em um cenário ainda mais grave, se houver indícios de que a morte foi provocada ou acelerada por negligência ou maus-tratos, ele poderá responder por homicídio culposo ou doloso, a depender das provas.
Por que alguém faria isso?
A pergunta que mais se repete nas redes sociais e nos comentários das matérias jornalísticas é simples e dolorosa: por quê?. Como alguém seria capaz de usar o corpo sem vida do próprio pai para comover as pessoas e receber dinheiro?
As respostas possíveis são muitas — e todas inquietantes.
Pobreza extrema, saúde mental e abandono social: um retrato do Brasil real
Infelizmente, casos como esse não são tão raros como gostaríamos. O Brasil enfrenta um grave problema de vulnerabilidade social, especialmente em grandes centros urbanos como Manaus, onde milhares de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, sem acesso a serviços básicos de saúde, assistência social e suporte psicológico.
A miséria que leva ao impensável
Em cenários de miséria extrema, as pessoas muitas vezes perdem completamente a noção dos limites éticos e morais. Quando não há comida na mesa, nem esperança, decisões drásticas — e até inumanas — podem parecer a única saída.
Ainda assim, o uso de um cadáver para comover o público e conseguir dinheiro ultrapassa o senso comum. Por isso, muitos especialistas defendem que esse episódio não pode ser analisado apenas pelo viés da pobreza.
E se for uma questão de saúde mental?
A possibilidade de que o homem sofra de algum tipo de transtorno mental também está sendo considerada. Transtornos como psicose, esquizofrenia, depressão severa ou transtornos de personalidade antissocial podem, em certos casos, comprometer a percepção da realidade e os limites éticos.
Se comprovado que o autor do ato apresenta algum tipo de patologia mental, isso poderá influenciar diretamente no processo criminal. De acordo com o Código Penal Brasileiro, pessoas consideradas inimputáveis por transtornos mentais podem ser internadas compulsoriamente em vez de cumprirem pena em presídios.
O impacto nas redes sociais e na opinião pública
A repercussão do caso nas redes sociais foi imediata e intensa. Termos como “pai morto”, “Manaus”, “cadeira de rodas” e “homem preso” dominaram os trending topics no X (antigo Twitter), e diversos vídeos do momento em que o homem é abordado circularam amplamente.
Muitas pessoas expressaram indignação com a cena, outras se disseram comovidas e horrorizadas com o grau de desespero que ela representa.
O que diz a lei sobre esse tipo de crime?
Do ponto de vista jurídico, o caso pode se enquadrar em diferentes crimes, dependendo da conclusão das investigações:
1. Vilipêndio a cadáver (Art. 212 do Código Penal)
“Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: pena – reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.”
Se o homem sabia que o pai estava morto e ainda assim o expôs publicamente para conseguir dinheiro, esse crime pode ser configurado.
2. Estelionato (Art. 171 do Código Penal)
“Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.”
O pedido de dinheiro sob falsa alegação de urgência médica, usando um cadáver como justificativa, pode ser interpretado como estelionato.
3. Homicídio por omissão (se for o caso)
Se houver provas de que o idoso morreu por falta de socorro ou negligência intencional, o caso pode evoluir para homicídio culposo ou até doloso por omissão de cuidado.
A resposta do poder público e as investigações em andamento
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), o Instituto Médico Legal (IML) e a Polícia Civil continuam investigando o caso. O corpo foi removido para perícia, onde exames devem determinar a causa da morte, o tempo de óbito e se há sinais de maus-tratos.
Conclusão: o que essa história nos ensina
Mais do que um caso policial, essa história revela o quão urgente é olhar para as questões sociais com mais profundidade. A imagem de um homem pedindo esmola com o próprio pai morto em uma cadeira de rodas é um símbolo da falência de múltiplas estruturas: a familiar, a estatal, a econômica e a psicológica.
É preciso refletir sobre:
Como garantir dignidade para os idosos abandonados;
Como identificar e tratar transtornos mentais em pessoas em situação de rua;
E, principalmente, como evitar que a pobreza continue a gerar tragédias silenciosas — ou espetaculares, como essa.
Se queremos viver em uma sociedade mais humana, esse caso não pode ser apenas mais uma manchete.
Comente abaixo sua opinião sobre esse caso. Você acredita que foi um ato de desespero, crime ou doença mental?
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