Morte de jovem em operação da PM durante festa junina gera protesto no RJ
Moradores da comunidade Santo Amaro, no Rio de Janeiro, pedem justiça após ação policial que deixou um morto e quatro feridos; autoridades cobram explicações

Jovem é morto em operação policial durante festa junina no Rio de Janeiro; comunidade reage com protesto emocionante
Moradores da comunidade Santo Amaro, na Zona Sul do Rio de Janeiro, realizaram um protesto na tarde deste sábado (7) após a morte de Herus Guimarães, jovem baleado durante uma operação da Polícia Militar na madrugada anterior. A ação ocorreu no momento em que era celebrada uma tradicional festa junina no local. Além da vítima fatal, outras quatro pessoas ficaram feridas e seguem internadas no Hospital Municipal Souza Aguiar, sendo que uma delas permanece em estado grave.
Com cartazes pedindo justiça e frases como “Favelado não é bandido”, os moradores marcharam pelas ruas da comunidade em clima de revolta e comoção. Adolescentes que haviam se apresentado em quadrilhas mostraram as camisas manchadas de sangue, evidenciando o caos instaurado durante a ação policial. Representantes religiosos da região participaram da manifestação, formando uma roda de oração para pedir paz e proteção aos moradores, especialmente às crianças que estavam presentes no evento.
Em vídeo divulgado nas redes sociais pela ONG Voz da Comunidade, um morador relatou o momento em que tentou confrontar os policiais. “Eu perguntei a eles: ‘Por que vocês estão fazendo isso? Tem um monte de criança aqui!’ Eu estava vestido de Virgulino, abri os braços e perguntei: ‘Vocês vão me dar um tiro também?’. Jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo em cima de mim”, relatou. Segundo ele, a festa estava sendo anunciada há mais de um mês e é uma tradição com mais de 40 anos na comunidade.
A repercussão do caso foi imediata. O Ministério da Igualdade Racial anunciou o envio de ofícios às autoridades estaduais e órgãos de controle exigindo esclarecimentos sobre os motivos e consequências da operação. A ministra Anielle Franco classificou a ação como “revoltante e desesperadora” e prestou solidariedade às famílias de Herus e dos demais feridos. “Uma política de segurança pública que não respeita a vida daqueles que moram em favelas e periferias precisa ser revista com urgência”, afirmou.
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, também se manifestou nas redes sociais. “Segurança pública não pode ser sinônimo de medo, é um direito de todos. Os direitos à cultura e à vida devem ser assegurados, independentemente do CEP”, publicou.
O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro repudiou publicamente a ação policial, destacando que “não se justifica uma operação durante uma festa com a presença de crianças e adolescentes”. O órgão frisou que a proteção da infância é uma responsabilidade indelegável do Estado.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também acompanha o caso. O Ministério Público estadual, por sua vez, emitiu nota manifestando “profundo pesar” pelos acontecimentos e reforçou seu compromisso com a apuração dos fatos e com o controle externo da atividade policial. “Acompanhar o caso desde os primeiros momentos é fundamental para buscar responsabilização de quem for de direito”, declarou o MPRJ.
Conclusão
O caso reacende o debate sobre o uso da força policial em territórios periféricos e a urgência de políticas de segurança pública que respeitem os direitos fundamentais dos moradores. A comunidade de Santo Amaro promete manter a mobilização até que as devidas responsabilidades sejam atribuídas e novas garantias de segurança sejam estabelecidas. Investigações seguem em andamento.
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