Projeto universitário ensina lógica de programação gratuita com foco na inclusão digital

O estudante Smaily Brayan Reche, do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV), em Curitiba, lançou o projeto de extensão “Informática para Todos”, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino de lógica de programação. A iniciativa integra a política de Boas Práticas de Extensão da instituição e surgiu da necessidade de suprir uma lacuna comum: a dificuldade de iniciantes em compreender os fundamentos da programação.

Coordenado pelo professor Fábio Pignelli, o projeto oferece uma série de videoaulas gratuitas, com linguagem acessível e abordagem progressiva. As aulas estão disponíveis em plataformas digitais e utilizam o Portugol como ferramenta introdutória para explicar conceitos básicos de algoritmos, raciocínio lógico e resolução de problemas.

Voltado especialmente a quem nunca teve contato com programação, o “Informática para Todos” busca promover inclusão digital, estimular o pensamento lógico e preparar os interessados para desafios mais avançados no campo da tecnologia.

Como surgiu o projeto “Informática para Todos”

A ideia nasceu durante as atividades de extensão da UniCV, que incentiva estudantes a desenvolverem soluções que unam ensino, pesquisa e impacto social. Smaily identificou que muitas pessoas, mesmo com acesso à internet, não conseguem encontrar materiais didáticos acessíveis para aprender lógica de programação do zero.

“A lógica de programação é essencial não só para quem deseja seguir carreira em tecnologia, mas também para desenvolver habilidades analíticas úteis no dia a dia”, destaca o estudante.

Com isso em mente, ele estruturou um curso introdutório, dividido em módulos curtos, com explicações visuais, exemplos práticos e exercícios para fixação do conteúdo.

Conteúdo acessível e linguagem introdutória

Utilizando Portugol, uma linguagem que simula a estrutura de código de forma mais próxima do português, o projeto facilita a compreensão para iniciantes. As aulas explicam desde os conceitos fundamentais — como variáveis, estruturas condicionais e laços de repetição — até problemas simples de lógica.

Segundo especialistas, esse tipo de abordagem é eficaz para pessoas que desejam iniciar na área de tecnologia, mas não têm familiaridade com linguagens mais complexas como Python ou Java.

Além disso, o conteúdo gratuito pode ser acessado por qualquer pessoa, em qualquer lugar, bastando apenas conexão com a internet. A acessibilidade é um dos pilares centrais da iniciativa.

Impacto social e contribuição acadêmica

O projeto “Informática para Todos” reforça o papel da extensão universitária como ponte entre o conhecimento acadêmico e as necessidades da sociedade. Ao tornar a educação tecnológica mais acessível, a ação contribui para a formação cidadã, reduz desigualdades e amplia as possibilidades de inserção no mercado digital.

Para Smaily, além do impacto na comunidade, a experiência proporciona amadurecimento acadêmico e prático. “Produzir conteúdo educativo exige estudo, planejamento e responsabilidade. Tem sido um aprendizado valioso”, afirma.

O projeto também abre portas para futuras parcerias com escolas públicas e instituições que desejem implementar o curso em suas atividades.

Próximos passos e expansão do projeto

O próximo objetivo do “Informática para Todos” é ampliar o alcance do conteúdo por meio de redes sociais e parcerias institucionais. Há também planos para incluir novos módulos sobre estruturas de dados, algoritmos de ordenação e introdução a linguagens populares no mercado.

A coordenação do projeto estuda ainda a possibilidade de transformar o conteúdo em uma trilha formativa certificada, com apoio da UniCV, o que pode fortalecer o currículo de participantes e aumentar o reconhecimento da ação.

Conclusão

O projeto “Informática para Todos” mostra como iniciativas acadêmicas podem gerar transformações reais na sociedade. Ao unir conhecimento técnico, acessibilidade e compromisso social, a proposta fortalece a formação dos alunos e leva educação digital a quem mais precisa. Em uma era em que o pensamento computacional é cada vez mais valorizado, ações como essa são essenciais para preparar cidadãos mais críticos, conectados e capacitados.

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