Foco tem que ser nos cabeças do crime organizado, diz Lula
Presidente citou prejuízo de R$ 19,8 bilhões imposto a facções desde 2023 e defendeu integração entre forças de segurança.
Presidente Lula durante entrevista na COP30, em Belém. — Foto: Ricardo Stuckert / PR Lula afirmou que o governo quer “quebrar a espinha dorsal” do crime organizado e defendeu a aprovação da lei Antifacção, que endurece penas e bloqueia recursos de facções.
Belém (PA) —
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (4) que o governo federal está empenhado em “quebrar a espinha dorsal” do crime organizado e do tráfico de drogas no país. A declaração foi feita em meio à agenda presidencial em Belém, onde o chefe do Executivo participa da COP30, e veio acompanhada da defesa da aprovação do projeto de lei Antifacção, que aumenta penas para líderes e integrantes de facções criminosas.
“Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções”, escreveu o presidente em publicação na plataforma X (antigo Twitter).
De acordo com Lula, ações coordenadas pelo governo federal desde 2023 retiraram R$ 19,8 bilhões das mãos de criminosos, configurando o que ele chamou de “maior prejuízo já imposto ao crime”. Segundo o presidente, o objetivo é enfraquecer as lideranças e as redes financeiras que sustentam o tráfico.
O número de operações da Polícia Federal mais que dobrou nos últimos anos: foram 1.875 em 2022, 3.393 em 2024, e 2.922 operações já realizadas até outubro de 2025. Nas rodovias federais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 850 toneladas de drogas em 2024, um recorde histórico, segundo o governo.
Lei Antifacção e PEC da Segurança
Lula também destacou o envio ao Congresso Nacional de duas propostas centrais na política de segurança pública do governo: o PL Antifacção, que prevê penas mais duras e mecanismos para asfixiar financeiramente facções criminosas, e a PEC da Segurança Pública, que busca modernizar e integrar as forças policiais, incorporar as Guardas Municipais e garantir recursos permanentes para estados e municípios.
“Precisamos de um sistema de segurança pública eficiente, com inteligência e cooperação real entre União, estados e municípios. Só assim o crime organizado será derrotado”, afirmou o presidente em outro trecho da publicação.
Críticas à operação no Rio de Janeiro
Mais cedo, Lula conversou com jornalistas de agências internacionais durante a COP30 e comentou a megaoperação policial realizada na última semana no Rio de Janeiro, nos complexos da Maré e da Penha, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais.
O presidente classificou a ação como “desastrosa”, destacando a necessidade de que operações desse tipo sejam planejadas com foco em inteligência e preservação de vidas, especialmente em áreas densamente povoadas.
Conclusão
A fala de Lula reforça a tentativa do governo federal de equilibrar combate rigoroso ao crime organizado com uma agenda de segurança pública mais integrada e humana. As medidas propostas — como a lei Antifacção e a PEC da Segurança Pública — representam um esforço político e institucional para modernizar o enfrentamento à criminalidade no Brasil.
Pergunta para o leitor:
Você acredita que o endurecimento das leis e a integração das forças policiais podem reduzir o poder das facções no Brasil?




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