Militares das Forças Armadas terão aumento salarial a partir de abril; reajuste pode chegar a R$ 14,7 mil até 2026
Nova tabela de soldos foi publicada no Diário Oficial da União e começa a valer a partir do próximo mês. Impacto orçamentário estimado é de R$ 3 bilhões.

O governo federal oficializou nesta sexta-feira (28) um reajuste nos soldos dos militares das Forças Armadas, com validade a partir de 1º de abril. A nova tabela de vencimentos foi publicada no Diário Oficial da União por meio de uma Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e estabelece aumentos escalonados que seguem até 2026.
A medida impacta diretamente os salários básicos (soldos) de militares das três forças — Exército, Marinha e Aeronáutica — e abrange todos os níveis hierárquicos, desde os recrutas até os altos comandantes das forças. Os valores de vencimento inicial, atualmente fixados em R$ 1.078, passarão a R$ 1.127 em abril. Já os generais e oficiais de patentes superiores, que hoje recebem R$ 13.471, passarão a R$ 14.077.
Além disso, a MP prevê uma segunda etapa de reajuste: mais 4,5% em janeiro de 2026, levando os soldos mais altos para R$ 14.711. A medida, no entanto, está condicionada à sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, que ainda depende de aprovação do Congresso Nacional e da assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
📊 Confira como ficam os soldos militares com o reajuste
A seguir, veja alguns exemplos do novo patamar salarial definido pela tabela de soldos:
Graduação / Posto | Soldo atual (2024) | A partir de abril (2025) | A partir de jan/2026 |
---|---|---|---|
Almirante de Esquadra / General de Exército / Tenente-Brigadeiro | R$ 13.471 | R$ 14.077 | R$ 14.711 |
Coronel / Capitão de Mar e Guerra / Coronel Aviador | R$ 10.202 | R$ 10.659 | R$ 11.138 |
Capitão / Tenente / Aspirante | R$ 7.490 | R$ 7.828 | R$ 8.180 |
Soldado, Recruta, Marinheiro-Recruta etc. | R$ 1.078 | R$ 1.127 | R$ 1.177 |
🔎 Importante lembrar que esses valores referem-se apenas ao soldo básico. Gratificações, adicionais e outros benefícios podem elevar consideravelmente a remuneração final.
💰 Impacto fiscal e condicionantes orçamentárias
De acordo com o Ministério da Defesa, o reajuste está dentro do teto previsto para este ano: até R$ 3 bilhões destinados a reajustes salariais no âmbito das Forças Armadas. Para 2025 e 2026, a continuidade dos aumentos dependerá da aprovação e execução da LOA (Lei Orçamentária Anual), como forma de garantir responsabilidade fiscal.
A nova estrutura segue o modelo de recomposição inflacionária aplicado a outras categorias do funcionalismo público federal, porém com o cuidado de observar as especificidades das carreiras militares.
🧾 Reestruturações anteriores e contexto histórico
A nova tabela de soldos se insere em um histórico recente de mudanças na carreira militar. Em 2019, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi aprovada uma ampla reestruturação nas Forças Armadas. A medida incluiu:
Criação de novos adicionais (como Adicional de Habilitação e Adicional de Disponibilidade Militar);
Aumento escalonado desses percentuais até 2023;
Reorganização das faixas salariais e dos critérios de progressão.
Esses adicionais passaram a ser incorporados ao soldo, impactando diretamente no crescimento da remuneração final. A ideia central era tornar a carreira militar mais atrativa, especialmente em momentos de crise econômica e desvalorização do poder de compra dos servidores públicos.
🧭 E agora? O que acontece com a MP?
A Medida Provisória publicada nesta sexta-feira tem vigência inicial de 60 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 60. Nesse período, o texto precisa ser analisado pelo Congresso Nacional — Câmara dos Deputados e Senado — que pode aprová-lo, rejeitá-lo ou alterá-lo.
Caso a MP não seja aprovada dentro do prazo legal, ela perde a validade, e os efeitos do reajuste deixam de ser aplicados. O governo, no entanto, já articula com sua base no Congresso para garantir a aprovação do texto original, com eventuais ajustes de redação.
📍 E os militares paranaenses, como ficam?
No Paraná, onde há forte presença militar — incluindo a base aérea do Bacacheri, o Comando da 5ª Divisão de Exército e diversas unidades da Marinha e Aeronáutica — o reajuste também terá reflexos diretos.
O aumento nos soldos pode significar um impulso na economia local, já que a folha de pagamento dos militares movimenta parte do comércio e serviços em regiões com unidades de grande porte, como Curitiba, Londrina e Ponta Grossa.
🔚 Conclusão: um passo dentro da previsibilidade, mas com atenção ao orçamento
O reajuste de 9% nos salários dos militares das Forças Armadas é uma medida que segue o movimento de valorização do funcionalismo federal, mas com responsabilidade fiscal. A divisão em duas etapas e a vinculação à aprovação da LOA mostram que o governo tenta equilibrar as contas sem deixar de atender a demandas históricas da categoria.
Resta acompanhar os próximos passos no Congresso e observar como esse aumento repercutirá não apenas nos quartéis, mas também no debate político e no orçamento público nos próximos anos.
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