Nova Rua da Marinha será ampliada com investimento de R$ 253 milhões
Obra estruturante deve beneficiar 215 mil moradores e transformar a mobilidade urbana em Belém, integrando pontos estratégicos como o Aeroporto Internacional e o Estádio Mangueirão.

Uma avenida que muda o futuro de Belém
Você sabia que uma única avenida pode transformar a vida de mais de 200 mil pessoas em uma capital brasileira? Essa é a promessa da Nova Rua da Marinha, em Belém (PA), que terá sua estrutura completamente ampliada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A intervenção, que faz parte do Plano Diretor da cidade desde 2008, finalmente sairá do papel e promete reduzir o tempo de deslocamento, facilitar o acesso a pontos estratégicos e impulsionar o desenvolvimento urbano e econômico da região.
Investimento de R$ 253 milhões: impacto direto na mobilidade
O anúncio foi feito neste domingo (18) pelo BNDES, que irá aportar R$ 248,5 milhões no projeto. A contrapartida do governo estadual será de R$ 4,5 milhões. No total, o investimento soma R$ 253 milhões.
O objetivo da obra é ambicioso: ampliar em até seis vezes a largura atual da via — de 7,2 metros para impressionantes 75 metros. Isso inclui:
Três faixas por sentido de tráfego
Canteiro central arborizado
Faixas exclusivas para ônibus
Ciclovias
Estacionamentos
Faixas elevadas para pedestres
Construção de rotatórias e pontes
Essa transformação estrutural deve impactar diretamente cerca de 215 mil pessoas, o que corresponde a 12% da população de Belém.
Uma artéria para o crescimento regional
Segundo Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, a Nova Rua da Marinha não é apenas uma via local, mas uma artéria de integração metropolitana.
“Mais do que uma intervenção local, a Nova Rua da Marinha é uma artéria estruturante que beneficiará toda a Região Metropolitana, melhorando o acesso a importantes equipamentos, como o Aeroporto Internacional, o Estádio Mangueirão, o Hangar Centro de Convenções e diversas unidades de saúde”, afirmou.
A avenida conectará dois importantes eixos viários: a Rodovia Augusto Montenegro e a Avenida Centenário, criando uma nova opção de tráfego para motoristas, transporte público e ciclistas.
Redução de tempo e estímulo à economia
O impacto da obra vai além da mobilidade urbana. De acordo com o BNDES, o projeto deverá gerar cerca de 430 empregos diretos durante sua execução, estimulando a economia local.
Além disso, o novo traçado da Rua da Marinha poderá:
Reduzir em até 33% o tempo de deslocamento no trajeto de 7,8 km
Melhorar o escoamento de tráfego da Região Metropolitana
Contribuir para a diminuição das emissões de carbono, com vias mais eficientes e menos tempo de veículos em circulação
Planejamento urbano esperado desde 2008
A Nova Rua da Marinha já estava prevista no Plano Diretor de Belém desde 2008, mas diversos entraves econômicos e políticos atrasaram o início das obras. Agora, com financiamento garantido e projeto detalhado aprovado, a cidade começa a se preparar para uma transformação viária de grande porte.
A proposta é considerada estruturante, ou seja, tem potencial para redefinir o padrão de mobilidade e urbanização de toda a região. E isso sem depender de grandes desapropriações — a maior parte da ampliação será feita em áreas públicas e de uso já previsto para infraestrutura.
Obras complementares e acessibilidade
Além do alargamento da via, o projeto contempla importantes obras de engenharia e acessibilidade:
Pontes sobre canais e igarapés
Rotatórias de fluxo contínuo
Faixas elevadas de pedestres, promovendo segurança para quem se desloca a pé
Iluminação pública LED
Paisagismo urbano
Essas melhorias buscam alinhar Belém com modelos de urbanismo sustentável, combinando eficiência viária com qualidade de vida e segurança.
Modelo para outras capitais brasileiras
O projeto da Nova Rua da Marinha pode servir de modelo replicável para outras capitais, especialmente aquelas com desafios parecidos, como:
Acesso dificultado a aeroportos e centros de eventos
Vias urbanas saturadas
Baixa integração entre modais de transporte
Falta de estrutura para ciclistas e pedestres
Com um planejamento moderno, centrado em acessibilidade e fluidez, Belém dá um passo importante para resolver um dos grandes gargalos das grandes cidades brasileiras: a mobilidade urbana.
Curitiba e o Paraná podem se inspirar?
Capitais como Curitiba já são referência nacional em mobilidade urbana inteligente, com corredores exclusivos, integração entre modais e sistemas como os semáforos inteligentes. No entanto, projetos como o da Nova Rua da Marinha mostram que a expansão física e estrutural de vias ainda é essencial em algumas regiões.
Belém aposta em um modelo híbrido: estrutura moderna, mas com foco social e ambiental. A lição que pode ser aplicada em cidades do Paraná é que o investimento em grandes avenidas não precisa entrar em conflito com a sustentabilidade e a qualidade urbana.
Conclusão: o futuro passa por ruas mais inteligentes
A ampliação da Nova Rua da Marinha é mais do que uma obra de infraestrutura: é uma aposta no futuro de Belém. Com investimento robusto, foco em acessibilidade, segurança viária e geração de empregos, o projeto reúne os principais elementos de uma cidade inteligente e inclusiva.
Essa transformação deve inspirar outras metrópoles brasileiras — inclusive Curitiba — a buscarem soluções que combinem mobilidade, inclusão e desenvolvimento sustentável.
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