Seja bem-vindo
Curitiba,04/05/2025

    • A +
    • A -

    Produtor do Paraná colhe mamão gigante de quase 10 kg

    Fruta gigante cultivada em São Miguel do Iguaçu mede mais de 60 cm e pertence à variedade formosa, segundo agrônomos. Caso desperta interesse de especialistas e agricultores.

    Portal de Notícias de Curitiba.
    Produtor do Paraná colhe mamão gigante de quase 10 kg Carlos Stankwisk exibe mamão de quase 10 kg colhido em São Miguel do Iguaçu (PR). Fruta chamou atenção pelo tamanho e sabor, superando o triplo do peso médio da variedade formosa. 📝 Créditos fotográficos: Foto: Arquivo pessoal / Carlos Stankwi

    Imagine colher um mamão tão grande que mais parece uma abóbora. Em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, essa cena se tornou realidade. O serralheiro e produtor Carlos Stankwisk se deparou com uma surpresa digna de vitrine: um mamão com 64 centímetros de comprimento e quase 10 quilos. A fruta, que pertence à variedade formosa, surpreendeu pela dimensão, sabor adocicado e textura firme. O que começou como um experimento despretensioso no quintal acabou chamando a atenção de agrônomos, vizinhos e produtores da região — e agora de todo o Brasil.




    Fruta gigante nasceu por acaso e virou orgulho do produtor


    Tudo começou há cerca de cinco anos, quando Carlos resolveu plantar mamoeiros em sua propriedade rural, como forma de diversificar o que colhia para consumo próprio. O cultivo foi simples: adubo, cuidado e paciência. No meio das mudas, uma semente trazida do Mato Grosso do Sul acabou se revelando especial. Já na primeira safra, as frutas começaram a se destacar.


    “Na época, a gente nem imaginava. Um dos mamões pesava 5 quilos, já era grande, mas aí, na safra seguinte, vieram os gigantes de verdade”, conta Carlos, com entusiasmo. Uma das frutas chegou a 64 cm e quase 10 kg — mais que o triplo do peso comum de um mamão formosa, geralmente entre 1,5 kg e 3 kg.


    Apesar do tamanho, o sabor não decepcionou. “A gente deixou amadurecer bem no pé. Quando colheu, estava doce, bem gostoso”, relata o produtor, que agora estuda multiplicar as sementes para novas mudas e quem sabe criar uma linhagem local diferenciada.




    O que dizem os especialistas: genética, clima e cuidados


    Para o engenheiro agrônomo Felipe Cervantes, o caso do mamão gigante tem explicação genética. Ele pertence à família do mamão formosa, variedade mais robusta que o tradicional papaia (aquele menor e mais comum no café da manhã brasileiro).


    “O normal é que essas frutas tenham entre 20 a 30 centímetros de comprimento e não passem de 3 quilos. O que o Carlos conseguiu é uma exceção, mas não um milagre. É fruto de uma seleção natural e provavelmente de uma semente com características genéticas raras”, explica Cervantes.


    Segundo o especialista, a região Sul do Brasil normalmente não é conhecida pela produção de mamão por causa das temperaturas mais baixas. Os grandes polos são Bahia e Espírito Santo. Porém, quando há condições ideais — clima ameno, solo fértil e boa condução da planta — a natureza pode surpreender.




    O Paraná e as potencialidades agrícolas fora do óbvio


    O caso do mamão gigante em São Miguel do Iguaçu reforça uma tendência que cresce no Paraná: a busca por inovação em pequenas propriedades rurais, aliando conhecimento técnico, curiosidade e adaptabilidade do produtor. Embora não seja referência nacional em mamão, o estado se destaca pela versatilidade e diversidade de culturas.


    De acordo com dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), mais de 80% das propriedades no estado são de base familiar. Isso significa que experiências como a de Carlos não são apenas possíveis — elas são motor de transformação rural e inovação no campo.




    Gigante, doce e paranaense: e agora?


    A colheita da fruta gigante despertou o interesse de vizinhos, curiosos e até de pesquisadores da região. Carlos afirma que pretende manter o mamoeiro saudável e colher novas frutas na próxima safra. Ele também já começou a guardar sementes para plantar novas mudas e observar se a genética especial vai se manter.


    “Se continuar assim, quem sabe a gente cria até um mamão paranaense diferenciado”, brinca o produtor, que segue atuando como serralheiro, mas agora também se arrisca como agricultor curioso.




    O papel das sementes e da seleção natural


    O engenheiro Felipe Cervantes destaca que, assim como no caso de frutas exóticas ou gigantes, a seleção artificial de sementes é prática comum entre pequenos e grandes produtores. Ao escolher os frutos mais saudáveis, saborosos ou robustos para extrair sementes, cria-se um ciclo de aprimoramento da espécie.


    “É assim que surgem variedades novas, com características desejadas. Às vezes o produtor acerta quase sem querer, como foi o caso em São Miguel do Iguaçu. Mas o ideal é continuar o acompanhamento técnico e talvez até envolver universidades ou instituições de pesquisa para entender melhor o fenômeno”, conclui.




    Conclusão


    A história do mamão gigante paranaense mostra que, mesmo em solos considerados fora do eixo principal da cultura, é possível colher resultados surpreendentes — literalmente. Com uma semente diferenciada, cuidado constante e uma pitada de sorte, o serralheiro Carlos Stankwisk transformou sua pequena plantação em manchete nacional. Mais do que o tamanho da fruta, o que cresce ali é a força da agricultura familiar, da curiosidade e da persistência.


    E quem sabe, no futuro, o Paraná ganhe fama também como terra de mamões gigantes — doces, saborosos e cultivados com orgulho.




    👉 Canal do WhatsApp do Portal




    COMENTÁRIOS

    1

    Buscar

    Alterar Local

    Anuncie Aqui

    Escolha abaixo onde deseja anunciar.

    Efetue o Login

    Recuperar Senha

    Baixe o Nosso Aplicativo!

    Tenha todas as novidades na palma da sua mão.