Brasil quer atrair investimentos em data centers verdes
Ministro Fernando Haddad apresenta proposta inovadora nos Estados Unidos para posicionar o Brasil como polo tecnológico sustentável e impulsionar a economia digital.

Você sabia que o Brasil importa cerca de 60% da sua tecnologia da informação? Esse cenário pode estar prestes a mudar com o lançamento do Plano Nacional de Data Centers, uma estratégia que busca posicionar o país como um novo polo para a instalação de centros de dados — aproveitando a força da matriz energética limpa brasileira.
A iniciativa será o foco principal da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Califórnia e ao México nesta primeira semana de maio. Com agendas marcadas com Google, Nvidia, Amazon e empresários do setor de tecnologia, o objetivo é claro: atrair investimentos de big techs para infraestrutura digital nacional.
A proposta é ousada e pode transformar o Brasil não apenas em um exportador de commodities, mas também em um hub sustentável de dados e inovação.
Um novo Brasil para as big techs
Encontro com gigantes da tecnologia
Na segunda-feira (5), Haddad se reunirá com executivos de peso, como Ruth Porat (Google), Jensen Huang (Nvidia) e representantes da Amazon. Durante esses encontros, o ministro apresentará os pilares do novo plano para data centers no Brasil:
Desoneração de investimentos em bens de capital para TI
Energia renovável como diferencial competitivo
Marco regulatório atrativo para investidores internacionais
Segundo o Ministério da Fazenda, o Brasil será apresentado como uma oportunidade estratégica para empresas que buscam reduzir emissões de carbono, uma exigência crescente no setor de tecnologia.
“Somos deficitários na balança de serviços. Contratamos 60% da nossa TI fora do país. Isso representa não só fuga de divisas, mas também subinvestimento interno”, afirmou Haddad.
Plano Nacional de Data Centers: o que está por trás da proposta
A proposta do governo inclui o envio de um projeto de lei ao Congresso nas próximas semanas com incentivos para a implantação de data centers no país. Os principais pontos:
Desoneração tributária para equipamentos de TI
Criação de um ambiente regulatório transparente e estável
Incentivo à instalação em regiões com infraestrutura energética renovável
Foco em sustentabilidade e economia verde digital
Com esses estímulos, o governo busca transformar o Brasil em uma referência global em infraestrutura digital de baixo carbono.
Por que data centers são estratégicos?
Os data centers são infraestruturas essenciais para armazenar, processar e distribuir dados digitais. Eles são a base para:
Serviços de streaming
Aplicativos em nuvem
Inteligência artificial
Finanças digitais
E-commerce
Administração pública digital
Segundo estudos internacionais, a demanda por centros de dados deve crescer 10% ao ano até 2030, impulsionada pela digitalização de serviços públicos e privados.
Vantagens brasileiras para o setor
O Brasil se destaca por fatores estratégicos que podem atrair big techs para a construção de seus data centers:
Energia renovável representa mais de 80% da matriz elétrica
Mercado consumidor digital em crescimento
Infraestrutura de fibra ótica em expansão
Localização geográfica favorável para integração continental
Esses pontos tornam o país altamente competitivo em comparação com mercados saturados ou dependentes de energia fóssil, como alguns centros da Ásia e da Europa.
Agenda estratégica de Haddad nos EUA
A viagem de Haddad aos EUA se concentra na costa oeste, berço da inovação tecnológica mundial. Confira os principais compromissos:
Domingo (4/5)
Jantar com investidores promovido pelo Instituto Milken
Segunda-feira (5/5)
Reunião com Ruth Porat (Google), em Los Angeles
Painel privado e sessão pública no Instituto Milken
Encontro com Jensen Huang (Nvidia), em San José
Visita às instalações da Nvidia
Terça-feira (6/5)
Café com 40 executivos de tecnologia (Amcham Brasil)
Reunião com Amazon
Partida para o México
Expansão da agenda para a América Latina: visita ao México
Após os encontros nos EUA, Haddad irá à Cidade do México para estreitar os laços econômicos com o país vizinho. No dia 7/5, ele se encontrará com:
Brasileiros que atuam em multinacionais no México
Edgar Amador Zamorra, secretário da Fazenda e Crédito Público mexicano
O objetivo será aprofundar parcerias econômicas e discutir um modelo latino-americano de globalização sustentável, em linha com as propostas defendidas pelo Brasil no G20.
Conexão com o G20 e a nova globalização
Durante suas apresentações, Haddad também destacará a agenda de globalização sustentável do Brasil, que inclui:
Propostas no G20
Plano de Transformação Ecológica
Acordo Mercosul–União Europeia
Essas pautas posicionam o Brasil como um protagonista nas transformações econômicas e ambientais globais, reforçando o papel do país como líder regional e parceiro confiável para investimentos sustentáveis.
Conclusão
O Plano Nacional de Data Centers pode ser um divisor de águas na inserção do Brasil no cenário digital global. Ao aproveitar sua matriz energética limpa e sua posição estratégica, o país tem a chance de se consolidar como um hub sustentável de tecnologia, reduzindo a dependência externa e estimulando a economia digital local.
A missão internacional de Fernando Haddad é o primeiro passo para transformar esse potencial em realidade — com impacto direto na geração de empregos, inovação e competitividade para o Brasil, especialmente para cidades com forte potencial tecnológico, como Curitiba.
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