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Curitiba,14/05/2025

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    Trabalhador morre após choque elétrico em usina solar no Paraná

    Acidente levanta alerta sobre segurança em obras de energia renovável no interior do estado

    Portal de Notícia de Curitiba.
    Trabalhador morre após choque elétrico em usina solar no Paraná Equipes do Samu, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar atuam no local onde trabalhador morreu após descarga elétrica em transformador de usina solar, em Colorado (PR). Créditos da Foto: Defesa Civil de Colorado / Divulgação

    Um jovem trabalhador de apenas 26 anos perdeu a vida em um trágico acidente envolvendo um transformador de alta tensão em uma usina de energia solar em construção, no município de Colorado, no norte do Paraná. O caso, ocorrido na tarde da última terça-feira (13), acendeu um sinal de alerta sobre os riscos à segurança dos operários em projetos de energia renovável, mesmo em setores que costumam ser associados à sustentabilidade e tecnologia.


    Com a expansão das usinas solares pelo país e especialmente no Paraná, a fatalidade evidencia a urgência de protocolos mais rígidos de prevenção, além da fiscalização eficiente por parte dos órgãos competentes.




    O acidente em Colorado


    De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a vítima e outro funcionário estavam atuando nas obras da usina quando ocorreu uma descarga elétrica em um transformador. O equipamento, segundo a Defesa Civil de Colorado, pode atingir até 34 mil volts, embora ainda não se saiba qual foi a voltagem exata liberada no momento do acidente.


    O segundo trabalhador, que estava em uma parte subterrânea da estrutura no instante da descarga, sofreu ferimentos leves e foi socorrido no local.


    Resgate complexo e risco de nova descarga


    A médica do Samu, Gabriela Vidotto, detalhou que o resgate foi delicado. O ambiente, composto por estruturas metálicas, ainda poderia estar energizado. Por isso, foi necessário acionar a Companhia Paranaense de Energia (Copel) para realizar o desligamento da energia da usina e também de propriedades vizinhas.



    “Como o ambiente era todo de metal, tinha chance de ainda estar energizado e nós precisávamos ter a garantia de que estava desligado tudo para poder entrar e retirar a vítima que estava viva”, explicou Gabriela.



    Ela ainda ressaltou a importância do apoio emocional ao trabalhador sobrevivente, que presenciou o colega sem vida e corria o risco de entrar em pânico.




    Investigação e responsabilidade


    A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) confirmou que irá instaurar um inquérito policial para apurar possíveis responsabilidades da empresa responsável pela construção da usina. A investigação vai considerar hipóteses de negligência, imprudência ou falha nos protocolos de segurança.


    Até o momento, o nome da empresa não foi divulgado, e o portal g1 informou que tenta contato com os responsáveis.




    O avanço das usinas solares no Paraná


    O Paraná tem investido fortemente em energia solar nos últimos anos, com apoio de programas de incentivo e financiamento para propriedades rurais, cooperativas e empresas. O município de Colorado integra esse movimento, com diversas áreas da zona rural destinando terrenos para instalação de parques solares.


    Em 2023, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontou que o Paraná já contava com mais de 250 MW de potência instalada em sistemas solares distribuídos, com expectativa de crescimento superior a 30% até 2025.




    Riscos invisíveis: energia limpa também exige protocolos rígidos


    Apesar de sua reputação como fonte de energia limpa e sustentável, a energia solar exige infraestrutura elétrica robusta, incluindo inversores, cabos de alta tensão e transformadores que operam com milhares de volts. O descuido, mesmo que momentâneo, pode ser fatal.


    Especialistas em segurança do trabalho alertam que a instalação de sistemas fotovoltaicos deve seguir normas técnicas específicas, como a NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade), que estabelece requisitos mínimos para garantir a segurança dos trabalhadores.




    Casos semelhantes pelo Brasil


    O caso de Colorado não é isolado. Em 2022, um trabalhador morreu eletrocutado durante a manutenção de painéis solares em uma fazenda no interior de Minas Gerais. Já no Maranhão, em 2023, um incêndio em um inversor de energia solar causou pânico em moradores da zona rural, embora não tenha havido feridos.


    Esses casos apontam para a necessidade de maior fiscalização técnica, especialmente em obras rurais, onde os projetos muitas vezes são terceirizados e supervisionados à distância.




    Segurança do trabalho: um pilar que não pode ser ignorado


    De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o setor da construção civil ainda lidera o número de acidentes de trabalho com morte no Brasil, seguido por atividades industriais e agropecuárias. Com a inserção cada vez maior de tecnologias elétricas no meio rural, especialistas defendem que treinamentos periódicos, sinalizações e equipamentos de proteção individual (EPIs) sejam exigências básicas, e não opcionais.


    Além disso, o uso de instrumentos de detecção de tensão e aterramento provisório pode evitar tragédias como a de Colorado.




    Consequências práticas e lições locais


    A morte do trabalhador de 26 anos deixa não apenas uma lacuna para familiares e amigos, mas também um forte alerta para empresas, órgãos fiscalizadores e governos: o crescimento da energia solar no Brasil precisa vir acompanhado de políticas de segurança claras e aplicáveis.


    A tragédia, ocorrida em uma cidade do norte do Paraná, deve estimular o debate sobre:




    • Treinamento obrigatório para equipes de instalação e manutenção




    • Responsabilização de empresas que descumprem normas técnicas




    • Maior transparência nos projetos de infraestrutura energética




    • Fiscalizações mais frequentes em obras rurais






    Conclusão


    A busca por uma matriz energética mais limpa e sustentável é fundamental para o futuro do país — e o Paraná está entre os estados protagonistas dessa transformação. No entanto, a segurança dos trabalhadores que constroem esse futuro não pode ser negligenciada.


    A tragédia em Colorado serve como um duro lembrete de que, por trás de cada painel solar, há vidas humanas que dependem de planejamento, responsabilidade e respeito às normas de segurança.




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