Secretária é presa por desviar R$ 100 mil de clínica médica em Maringá
Funcionária de confiança foi denunciada após médica identificar transferências suspeitas em conta bancária da empresa

Uma traição disfarçada de confiança: o caso que chocou Maringá
A tranquilidade de uma clínica médica em Maringá, no norte do Paraná, foi abalada por um crime cometido de dentro do próprio ambiente de trabalho. Uma secretária de 31 anos foi presa após confessar ter desviado cerca de R$ 100 mil da empresa onde trabalhava desde o início de 2024. O caso, que expõe uma dolorosa quebra de confiança, reacende o alerta sobre fraudes internas em pequenos negócios na região.
Segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), a suspeita fazia transferências bancárias regulares para sua conta pessoal, utilizando o sistema Pix. A última movimentação aconteceu no dia da prisão, com um valor de R$ 200, o que acabou servindo como peça-chave para o flagrante.
Descoberta acidental revelou esquema de meses
A médica proprietária da clínica desconfiou após observar discrepâncias no extrato bancário da empresa. Foi então que, ao verificar detalhadamente as transações, identificou várias transferências não autorizadas. Ao reunir os dados e perceber o padrão dos desvios, não teve dúvidas: a secretária de confiança era a autora.
“Ela desviava o montante pecuniário da conta da empresa para a conta pessoal, por meio de transferências via Pix. A empregadora, devido à relação de confiança com a investigada, não verificava regularmente a conta bancária”, explicou a delegada responsável pelo caso, Polyana Porfirio.
Como funcionava o desvio: rotina discreta e sem suspeitas
Desde janeiro de 2024, a secretária realizava os desvios em pequenas quantias que somadas chegavam à expressiva cifra de R$ 100 mil. A técnica usada era simples, porém eficaz: transferências diretas via Pix em horários de pouco movimento, sem que fossem imediatamente percebidas.
Esse tipo de crime, segundo especialistas, é comum em empresas que concentram funções administrativas em poucos funcionários e não mantêm rotinas de auditoria.
Confissão e liberdade provisória
Após ser levada à delegacia, a funcionária confessou os desvios. À delegada, alegou que enfrentava dificuldades financeiras e que começou com pequenos valores, que aos poucos foram aumentando.
Apesar da confissão, a mulher foi liberada em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (16). O processo seguirá em liberdade, mas com o acompanhamento do Judiciário.
Casos como esse preocupam empreendedores locais
Situações semelhantes têm se tornado frequentes, especialmente em micro e pequenas empresas. Segundo levantamento da Associação Comercial do Paraná (ACP), cerca de 20% dos pequenos empresários da região já relataram casos de desvios internos em algum momento da operação.
O presidente da ACP, em entrevista recente, alertou sobre a importância de políticas internas de controle financeiro:
“É essencial que empresários implementem auditorias regulares, divisão de funções e sistemas de alerta bancário para evitar esse tipo de perda silenciosa que, quando descoberta, já compromete seriamente o caixa da empresa.”
Como se proteger de fraudes internas: recomendações para empresas
Especialistas em gestão empresarial listam medidas preventivas fundamentais:
Separação de funções: quem faz pagamentos não deve ser quem confere os extratos.
Auditorias periódicas: externas ou internas, para manter a transparência.
Alertas bancários em tempo real: via aplicativo ou SMS.
Revisão mensal de contas: por mais que exista confiança, a supervisão é essencial.
Capacitação de gestores: para identificar sinais de comportamento suspeito.
Impacto emocional e psicológico nos empregadores
Além do prejuízo financeiro, casos como esse causam traumas emocionais em quem confiava nos envolvidos. Segundo psicólogos organizacionais, a dor da traição em relações profissionais de confiança pode gerar bloqueios, medo de delegar e até mesmo depressão.
No caso da clínica em Maringá, a médica relatou estar “profundamente abalada”, mas decidiu seguir com a denúncia como forma de justiça e prevenção a outros empresários.
Próximos passos da investigação
A Polícia Civil seguirá acompanhando o caso. A investigação busca identificar se houve outros beneficiários ou se a funcionária agiu sozinha durante os desvios. A Justiça deve analisar a documentação completa das transações e poderá determinar ressarcimento parcial ou total à clínica, caso fique comprovado o valor exato do prejuízo.
Reflexão e alerta: lições para empresários no Paraná
Casos como este, embora localizados, trazem lições valiosas para toda a comunidade empreendedora do Paraná. Em um cenário econômico desafiador, onde cada recurso conta, a gestão financeira transparente e o monitoramento constante são ferramentas indispensáveis à sustentabilidade de qualquer negócio.
Conclusão
O caso da secretária em Maringá serve de alerta a clínicas, escritórios, comércios e empresas de todos os portes: a confiança deve vir acompanhada de controles eficazes. Em tempos de instabilidade econômica, a transparência é tão vital quanto o talento dos profissionais que compõem a equipe.
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