Hipertensão: doença silenciosa que ameaça 3 em cada 10 brasileiros
Dados do Ministério da Saúde mostram que a hipertensão é uma das principais causas de morte no Brasil. Diagnóstico precoce e mudança de hábitos são essenciais para conter avanço da doença, que atinge especialmente idosos e mulheres nas capitais.

Hipertensão no Brasil: cardiologistas alertam para os riscos dessa doença silenciosa que afeta 30% dos adultos. Veja como prevenir e tratar.
Hipertensão: o mal silencioso que já atinge 30% da população adulta brasileira
Você sabia que 388 pessoas morrem todos os dias no Brasil em decorrência direta ou indireta da hipertensão arterial? Essa estatística alarmante, divulgada pelo Ministério da Saúde, reforça a urgência de falar sobre a “doença silenciosa” que já atinge cerca de três em cada dez adultos no país. Em Curitiba e em outras capitais, esse cenário ganha contornos ainda mais preocupantes, especialmente entre mulheres e idosos.
Em 17 de maio, celebra-se o Dia Mundial da Hipertensão, uma data voltada à conscientização sobre os perigos da pressão alta não controlada — condição que pode afetar coração, rins, cérebro e visão, muitas vezes sem apresentar sintomas evidentes.
Idosos e mulheres: os mais atingidos
De acordo com dados do Vigitel 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), 30% da população adulta brasileira vive com hipertensão. O levantamento revelou que:
A prevalência entre mulheres nas capitais é de 29,3%;
Entre os homens, o índice é de 26,4%;
Entre os idosos (acima de 60 anos), o percentual salta para até 60%.
A cardiologista Poliana Requião, docente do Instituto de Educação Médica (Idomed), alerta que a maior parte dos pacientes sequer sabe que tem a doença. "Estima-se que cerca de 50% dos pacientes hipertensos não sabem do diagnóstico", afirma.
Hipertensão em jovens e até em crianças
Apesar de mais comum entre os idosos, a hipertensão pode atingir jovens e até crianças, embora em menor proporção. A médica destaca que o diagnóstico precoce é essencial em todas as faixas etárias. “A incidência aumenta com a idade, mas isso não impede que outras faixas etárias sejam afetadas”, reforça.
Fatores de risco: estilo de vida tem papel central
A hipertensão arterial se desenvolve lentamente e pode passar despercebida por muitos anos. Os principais fatores de risco, segundo especialistas, são:
Predisposição genética
Alimentação rica em sódio
Consumo excessivo de álcool
Obesidade
Sedentarismo
Além disso, tabagismo e estresse crônico também contribuem para o agravamento do quadro.
Órgãos comprometidos: um perigo sistêmico
A hipertensão não afeta apenas a pressão arterial. Trata-se de uma doença sistêmica que pode comprometer:
Coração: hipertrofia cardíaca e insuficiência;
Rins: insuficiência renal, podendo levar à necessidade de hemodiálise;
Cérebro: risco aumentado de AVC (derrame);
Olhos: danos à retina, podendo causar perda da visão.
Sintomas: quando a pressão alta dá sinais
Embora silenciosa, a hipertensão pode apresentar sintomas em estágios mais avançados. Fique atento a sinais como:
Dor de cabeça frequente
Tontura
Falta de ar
Alterações visuais
Náuseas
Disfunção erétil
Intolerância ao exercício físico
Se você possui histórico familiar, os cuidados devem ser ainda maiores.
Diagnóstico e prevenção: o papel da aferição regular
A medição regular da pressão arterial é uma prática simples e fundamental para identificar a hipertensão ainda em estágios iniciais. Clínicas da família, Unidades de Saúde e farmácias de Curitiba frequentemente oferecem esse serviço gratuitamente.
Além disso, exames de sangue e avaliação clínica ajudam a descartar outras causas e orientar o tratamento adequado.
Tratamento: mudança de hábitos e uso de medicamentos
O tratamento da hipertensão envolve três pilares:
1. Mudança de estilo de vida
Inclui controle do peso, abandono do tabagismo, redução do sal e aumento da atividade física.
2. Acompanhamento médico
Consultas regulares com cardiologista ou clínico geral são essenciais para monitorar a evolução da doença.
3. Uso de medicamentos
Antihipertensivos devem ser tomados conforme prescrição, mesmo na ausência de sintomas.
A dieta DASH: alimentação como aliada no controle da pressão
A nutricionista Anete Mecenas, docente da Universidade Estácio de Sá, recomenda a Dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension) como estratégia eficaz no controle da hipertensão. Essa alimentação prioriza:
Frutas, verduras e legumes
Laticínios com baixo teor de gordura
Grãos integrais
Peixes, aves e oleaginosas (castanhas, nozes)
Baixo consumo de carnes vermelhas, processados e sal
Além disso, o plano alimentar promove a ingestão de potássio, magnésio, cálcio, fibras e antioxidantes, nutrientes que atuam na redução da pressão arterial.
Obesidade: fator de risco em alta no Brasil
A obesidade é uma das comorbidades mais associadas à hipertensão. Segundo Anete, 55% da população brasileira tem excesso de peso — um número que segue crescendo. Pacientes obesos na faixa dos 40 anos frequentemente já apresentam pressão elevada.
Combater a obesidade é, portanto, uma medida preventiva essencial, tanto no controle da hipertensão quanto na redução de outras doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e dislipidemia.
Reflexão: prevenção é o melhor remédio
A hipertensão é evitável e controlável, desde que identificada precocemente e tratada com seriedade. Em Curitiba, diversas campanhas de conscientização e rastreamento têm sido realizadas em unidades básicas de saúde e espaços públicos, especialmente no mês de maio.
Neste Dia Mundial da Hipertensão, vale lembrar: medir a pressão é um gesto simples que pode salvar vidas.
Conclusão: um compromisso com a saúde pública em Curitiba e no Brasil
A hipertensão é uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil, com impactos diretos no sistema de saúde pública, produtividade e qualidade de vida da população. Curitiba, com seus centros de referência em saúde, tem papel estratégico no combate a esse quadro.
Políticas públicas que incentivem a alimentação saudável, práticas esportivas e educação em saúde são fundamentais para conter o avanço da doença.
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