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Curitiba,18/05/2025

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    Empresa de renegociação de dívidas é fechada em Curitiba; sócio está foragido

    A "O Solucionador" é alvo de operação policial após suspeitas de estelionato e crimes contra consumidores em Curitiba. Mais de 6 mil ações judiciais tramitam contra a empresa no Paraná.

    g1.globo.com
    Empresa de renegociação de dívidas é fechada em Curitiba; sócio está foragido Viatura da Polícia Civil do Paraná em frente à unidade da empresa "O Solucionador", no Centro de Curitiba, durante operação de interdição. Créditos: Elessandra Amaral / RPC

    Você confiaria seu futuro financeiro a uma empresa que promete cortar dívidas pela metade? Centenas de paranaenses acreditaram nessa promessa. Agora, se veem endividados e frustrados após contratarem os serviços da empresa "O Solucionador". A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) investiga a atuação da companhia por suspeita de estelionato e crimes contra o consumidor, e o caso ganhou proporções preocupantes, com unidades fechadas em Curitiba e milhares de processos em andamento.


    Investigação expõe esquema de estelionato em série

    A investigação teve início em 2023 após denúncias encaminhadas ao Procon de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Clientes relataram que, após contratar os serviços da empresa, foram orientados a parar de pagar boletos bancários e até mesmo esconder veículos financiados de bancos e da Justiça.

    O resultado? Renegociações prometidas nunca aconteceram e muitos consumidores acabaram em situação ainda pior — com dívidas acumuladas, bloqueios judiciais e nome sujo.

    Segundo o delegado Cássio Conceição, da Polícia Civil, a empresa utilizava propagandas agressivas, com promessas de reduções expressivas em juros e parcelas de financiamentos, especialmente os de veículos. As promessas, porém, não condiziam com a realidade do serviço prestado.


    Operação fecha unidades em Curitiba

    Na segunda-feira (12), a Polícia Civil realizou uma operação que resultou na interdição de duas unidades da empresa, localizadas no Centro e no bairro Sítio Cercado, em Curitiba. A ação também incluiu a tentativa de cumprimento de um mandado de prisão contra o sócio-proprietário Guilherme Maes Cardoso Leme, que permanece foragido.

    Principais ações da operação:

    • Fechamento de lojas em Curitiba;

    • Cumprimento de mandados de interdição;

    • Tentativa de prisão do proprietário, ainda sem sucesso.


     Frente à unidade da empresa "O Solucionador", no Centro de Curitiba, durante operação de interdição.


    Créditos: Elessandra Amaral / RPC

    O histórico da empresa "O Solucionador"

    Com atuação em diversas cidades do Paraná, como Guarapuava, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo, a empresa acumulava reclamações. Até o momento:



    • Mais de 6 mil ações judiciais contra a empresa tramitam no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR);




    • Mais de 300 processos administrativos estão em análise em Procons locais;




    • A empresa já havia sido interditada temporariamente em 2023, mas voltou a operar por meio de uma decisão judicial.



    Segundo o Procon, a atuação da empresa reincidiu nos mesmos padrões de irregularidade, mesmo após a reabertura.


    Posição das autoridades e novas medidas

    O Procon de São José dos Pinhais confirmou que irá aplicar nova multa de R$ 306 mil à empresa e que está comunicando as principais plataformas e veículos de mídia sobre a suspensão da divulgação dos serviços.


    “Vamos suspender a divulgação nos canais digitais como Google e Meta, além de rádios e TVs. A empresa será novamente interditada e terá as atividades suspensas”, afirmou Jaiderson Rivarola, superintendente do Procon.



    E as demais unidades no Paraná?

    A operação não atingiu diretamente as unidades da empresa em outras cidades do estado. No entanto, os consumidores que se sentirem lesados são orientados a:



    • Procurar o Procon local;




    • Registrar denúncia no Ministério Público do Paraná (MP-PR);




    • Solicitar apoio da Defensoria Pública.




    Relatos de consumidores: frustração e prejuízos

    Diversos clientes relataram a falta de retorno da empresa após a assinatura do contrato. Outros afirmam que foram induzidos a parar de pagar os financiamentos com a promessa de redução futura das dívidas — o que nunca ocorreu.

    Entre os casos levantados pela imprensa, está o de uma moradora de Curitiba que deixou de pagar cinco parcelas de seu financiamento de carro após orientação da empresa. O veículo acabou sendo buscado e apreendido pelo banco, e ela passou a responder judicialmente pela dívida integral.


    Consequências jurídicas para o sócio e para a empresa

    Guilherme Maes Cardoso Leme, sócio-proprietário da empresa, é considerado foragido pela Justiça. A Polícia Civil ainda busca seu paradeiro. A defesa do empresário e da empresa foi acionada pelo portal G1, mas não respondeu até a publicação da reportagem.

    O Procon e a polícia avaliam a possibilidade de responsabilização penal e cível tanto do empresário quanto da pessoa jurídica.


    Reflexão: como evitar golpes em serviços de renegociação de dívidas

    O caso da empresa "O Solucionador" acende um alerta sobre os cuidados que os consumidores devem tomar ao contratar serviços de mediação bancária. Veja algumas dicas:



    • Verifique CNPJ e reputação da empresa nos canais oficiais (Receita Federal, Reclame Aqui, Procon);




    • Desconfie de promessas milagrosas, como “redução de 80% da dívida”;




    • Nunca pare de pagar boletos sem orientação de um advogado ou instituição oficial;




    • Busque sempre orientação em órgãos de defesa do consumidor ou na Defensoria Pública.




    Conclusão

    O caso envolvendo a empresa "O Solucionador" mostra como a vulnerabilidade financeira de milhares de brasileiros pode ser explorada de forma criminosa. Com sede em Curitiba, a empresa expandiu suas atividades pelo estado e acumulou milhares de denúncias e processos judiciais.

    A atuação firme dos órgãos como o Procon, a Polícia Civil e o Ministério Público é essencial para coibir práticas abusivas e proteger o consumidor paranaense. O caso também reforça a necessidade de educação financeira e acesso a informações confiáveis, especialmente em tempos de crise.




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