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Curitiba,20/05/2025

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    PGR defende prisão de Braga Netto por tentativa de obstrução no caso do golpe

    General é acusado de interferir em investigações sobre trama golpista ligada ao governo Bolsonaro. Caso tem repercussões diretas no cenário político e institucional brasileiro.

    Agência Brasil
    PGR defende prisão de Braga Netto por tentativa de obstrução no caso do golpe General da reserva Walter Braga Netto durante coletiva oficial em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Tentativa de Obstrução e Prisão Preventiva: Entenda o Caso


    Em uma manifestação contundente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta terça-feira (20), em Brasília, a manutenção da prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto, preso desde 14 de dezembro de 2024. A justificativa: tentativa de obstrução de justiça durante as investigações que apuram a existência de uma trama golpista no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.


    O argumento central da PGR, representada pelo procurador-geral Paulo Gonet, é de que, mesmo após ter se tornado réu, o general ainda representa risco concreto de interferência indevida nas apurações.



    “O oferecimento de denúncia não afasta automaticamente o perigo de interferência indevida na instrução criminal, que sequer foi iniciada”, afirmou Gonet em documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).



    Quem é Braga Netto?


    Natural de Belo Horizonte e com carreira consolidada nas Forças Armadas, Walter Braga Netto ganhou projeção nacional ao ocupar cargos de alta relevância no governo Bolsonaro, incluindo o Ministério da Defesa. Em 2022, foi o candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro.


    Desde a prisão em dezembro, a defesa de Braga Netto vem tentando reverter a medida, argumentando que a fase processual atual não justifica a prisão. No entanto, o entendimento da PGR reforça que, pelo grau de influência do general e suas tentativas de contato com testemunhas-chave, como o tenente-coronel Mauro Cid, a liberdade do acusado representa risco à integridade da investigação.


    O Papel de Mauro Cid na Investigação


    Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tornou-se delator premiado após colaborar com a Polícia Federal. Sua atuação nos bastidores do suposto plano golpista é considerada estratégica para a elucidação do caso.


    A tentativa de Braga Netto de contatar Mauro Cid foi vista pelas autoridades como um ato claro de obstrução, motivando o pedido de prisão preventiva.




    Quem São os Réus do Núcleo Central do Golpe?


    A denúncia apresentada pela PGR foi aceita de forma unânime pela Primeira Turma do STF no dia 26 de março de 2025. Segundo as investigações, o grupo é composto pelo chamado “Núcleo 1”, considerado o eixo de comando da tentativa de ruptura institucional.


    Confira os oito nomes que compõem o núcleo central do golpe:




    • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;




    • Walter Braga Netto – general da reserva e ex-ministro da Defesa;




    • General Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;




    • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);




    • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;




    • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;




    • Paulo Sérgio Nogueira – general do Exército e ex-ministro da Defesa;




    • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens e delator.




    A composição desse grupo levanta preocupações sérias sobre o uso da estrutura do Estado para fins antidemocráticos, o que torna o caso um dos mais graves da história recente do país.




    Contexto e Implicações para o Brasil


    A manutenção da prisão de Braga Netto ocorre em um momento de forte tensão institucional no Brasil. A investigação sobre o suposto plano golpista se desdobra em diversas frentes, envolvendo não apenas militares, mas também figuras estratégicas da política e da inteligência nacional.


    Especialistas apontam que o caso pode representar um divisor de águas na relação entre o poder civil e os setores das Forças Armadas, que tradicionalmente buscavam manter distância de controvérsias políticas.


    Além disso, o desdobramento do processo é acompanhado de perto por observadores internacionais, preocupados com o impacto que a instabilidade política pode ter sobre o sistema democrático brasileiro.




    Desdobramentos Esperados e Próximas Etapas


    Com a denúncia aceita, o processo entra agora na fase de instrução criminal, em que testemunhas serão ouvidas e provas serão produzidas. Segundo a PGR, essa fase é crucial e precisa ser preservada de qualquer tentativa de interferência.


    O ministro Alexandre de Moraes deve analisar, nos próximos dias, o novo pedido da defesa pela libertação de Braga Netto, confrontado com a manifestação de Paulo Gonet pela manutenção da prisão.


    O desfecho desse impasse poderá impactar diretamente outros pedidos de liberdade de réus no mesmo processo.




    Reflexos Regionais: O Paraná e a Vigilância Democrática


    Embora o epicentro dos acontecimentos esteja em Brasília, os reflexos dessa crise institucional são sentidos em todo o Brasil, inclusive no Paraná. A forte presença de militares e lideranças conservadoras no estado torna a região um dos palcos importantes para o debate político sobre democracia, legalidade e o papel das Forças Armadas.


    Curitiba, por exemplo, tem sido sede de manifestações tanto a favor quanto contra as prisões, mostrando que o tema mobiliza diversos setores da sociedade.


    A vigilância democrática, a confiança nas instituições e o respeito às investigações são princípios que, neste momento, se tornam ainda mais relevantes para garantir a estabilidade do país.




    Conclusão


    O caso Braga Netto se insere num contexto complexo e delicado, em que o Brasil revisita sua história recente para lidar com suspeitas de atentado à ordem constitucional. A decisão sobre sua prisão preventiva será um marco na condução jurídica e política da apuração.


    Mais do que nomes e cargos, o que está em jogo é a preservação do Estado Democrático de Direito. Os olhos do país – e do mundo – estão voltados para o desfecho deste processo, que pode servir de exemplo para futuras gerações sobre o que significa responsabilidade pública.




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