Investidores de Curitiba ampliam participação em fundos de investimento
Crescimento na capital reflete maior acesso à educação financeira, avanço das plataformas digitais e busca por renda passiva
Mulher faz anotações durante atividade de planejamento financeiro pessoal, etapa essencial para quem começa a investir Créditos da foto: Foto: Karolina Grabowska / Pexels Investimentos ganham força em Curitiba
O interesse por fundos de investimento nunca esteve tão alto em Curitiba. Dados da B3 mostram que, entre julho de 2023 e julho de 2024, o número de curitibanos aplicando nesse tipo de ativo passou de 66 mil para mais de 85 mil pessoas — um aumento de 28% em apenas um ano.
Esse crescimento é impulsionado por uma combinação de fatores: queda da taxa Selic, maior disseminação de plataformas digitais como XP, NuInvest e Warren (que tem sede em Curitiba), e um público cada vez mais atento à educação financeira.
Além disso, a cidade abriga um número crescente de assessorias de investimentos independentes e gestoras locais, que contribuem para democratizar o acesso a produtos financeiros diversificados.
Educação financeira transforma o perfil do investidor curitibano
A transformação no comportamento financeiro da população também está ligada ao avanço da educação financeira na capital. A PUCPR e a UFPR promovem programas de extensão gratuitos voltados à comunidade, com cursos e oficinas sobre planejamento financeiro, investimentos e aposentadoria.
Outra iniciativa de destaque é o programa Curitiba + Financeira, lançado pela Prefeitura em 2023, que oferece capacitações em parceria com o Sebrae e o Instituto Sicoob. O foco é atingir jovens, mulheres e microempreendedores.
“A alfabetização financeira é o primeiro passo para o investidor tomar decisões conscientes. Temos visto uma participação crescente de pessoas que antes sequer sabiam o que era um fundo de investimento”, afirma Rodrigo Mendes, educador financeiro e fundador da startup curitibana FinEduca.
Segundo a empresa, 62% dos alunos de seus cursos iniciaram aplicações em fundos após o primeiro módulo de ensino.
Fundos mais procurados e comportamento do mercado local
Entre os curitibanos, os fundos de renda fixa e multimercado ainda lideram em volume, especialmente entre investidores mais conservadores. No entanto, o grande destaque dos últimos dois anos foi o crescimento dos fundos imobiliários (FIIs) e dos fundos de ações (renda variável).
Conforme dados da ANBIMA, os tipos de fundos mais acessados por moradores da capital foram:
FIIs (Fundos Imobiliários): valorizados por seu rendimento mensal e isenção de IR para pessoas físicas.
Multimercado: preferidos por quem busca diversificação com gestão ativa.
Fundos de ações e ETFs: populares entre os mais jovens, com foco em rentabilidade de longo prazo.
Fundos cambiais e internacionais: alternativa para proteção do patrimônio em momentos de instabilidade.
A faixa etária predominante dos investidores está entre 32 e 45 anos, com renda média acima de R$ 5 mil. Porém, o número de mulheres investidoras cresceu significativamente — passando de 22% em 2021 para 31% em 2024, de acordo com levantamento da XP Investimentos.

Jovem estuda educação financeira em biblioteca, utilizando recursos digitais para aprender sobre investimentos
Créditos da foto:
Foto: Cottonbro Studio / Pexels
O que dizem especialistas e o setor financeiro em Curitiba
O avanço do número de investidores é comemorado por analistas, mas também traz alertas. Para Ana Lopes, economista especializada em gestão de riscos, o entusiasmo com fundos precisa vir acompanhado de análise crítica.
“Há fundos que cobram taxas de administração elevadas ou têm gestão ineficiente. É preciso comparar rentabilidades, prazos, objetivos e sempre ler a lâmina do fundo antes de investir”, aconselha.
Bancos regionais e cooperativas de crédito também têm reforçado sua atuação em fundos. O Sicoob Metropolitano e a Cresol passaram a ofertar carteiras de fundos para associados com valores de entrada mais baixos, a partir de R$ 100.
“Queremos que o pequeno investidor se sinta incluído e tenha acesso aos mesmos produtos que grandes investidores”, explica Marcos Rauen, diretor da Cresol em Curitiba.
📎 Fonte externa: ANBIMA – Relatório de Distribuição de Fundos por Região
Projeções e tendências para os próximos anos
Com a perspectiva de continuidade da queda dos juros e maior acesso a plataformas financeiras, especialistas projetam que o número de investidores em fundos deve ultrapassar 100 mil pessoas em Curitiba até 2026.
A expectativa é de crescimento principalmente em:
Fundos sustentáveis (ESG)
Fundos de previdência privada
Fundos atrelados a startups e inovação (venture capital)
A tendência de tokenização de ativos também deve alcançar os fundos nos próximos anos, permitindo mais flexibilidade e liquidez nas aplicações. Curitiba, que já abriga diversos polos de tecnologia e fintechs, está bem posicionada para liderar esse movimento no Sul do país.
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