Último suspeito de envolvimento em morte de miss no Paraná é preso enquanto visitava família, sete anos após crime
Homem era considerado foragido e foi localizado pela polícia sete anos após o crime que chocou o Paraná; vítima foi morta a tiros em 2016.

Após sete anos de investigação, polícia prende último suspeito de envolvimento na morte da Miss Altônia, em 2018, no Paraná.
Suspeito de intermediar morte de miss é localizado após denúncia anônima
A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) prendeu preventivamente o último suspeito de envolvimento no assassinato de Bruna Zucco Segatin, de 21 anos, e Valdir de Brito Feitosa, de 30. Eliezer Lopes de Almeida foi detido no último domingo (24), enquanto visitava familiares em Pato Branco, no sudoeste do estado.
Bruna foi eleita Miss Altônia em 2017 e foi morta no ano seguinte. O crime chocou a cidade de Altônia, no noroeste do Paraná, onde os corpos das vítimas foram encontrados carbonizados dentro de uma caminhonete, em uma estrada rural.
Eliezer teria atuado como intermediário entre mandante e executores
Segundo o delegado Reginaldo Caetano, responsável pelo inquérito, Eliezer atuou como elo entre o mandante do crime e os assassinos contratados. A prisão foi realizada pela Polícia Militar (PM-PR), após denúncia de que ele estaria escondido no bairro São Cristóvão, em Pato Branco. O suspeito foi abordado na parte externa da residência.
Antes de ser encaminhado à Polícia Penal do Paraná, Eliezer precisou passar por atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por suspeita de infarto.
O advogado de defesa, Jackson Bahls, nega a participação de Eliezer no crime e afirma que a acusação surgiu de um ex-funcionário com quem ele teria tido desentendimentos. “Já existe pedido de revogação da prisão preventiva”, declarou ao g1.
Disputa criminosa motivou o duplo homicídio
As investigações apontam que o crime foi motivado por disputas entre grupos ligados ao tráfico de drogas e contrabando de cigarros. A polícia acredita que Valdir Feitosa era o alvo principal da execução, por envolvimento direto no contrabando. Bruna estava com ele no momento da abordagem e, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), foi morta para evitar que testemunhas sobrevivessem.
“Ela não tinha nenhum envolvimento com atividades criminosas, sendo executada unicamente por estar na companhia de Valdir”, afirmou o delegado.
O mandante, preso em junho de 2024 em Balneário Camboriú (SC), vivia em um apartamento com porta blindada. A entrada dos agentes no local exigiu o uso de explosivos. Outros três suspeitos também foram detidos na mesma operação conjunta entre a Polícia Civil do Paraná e de Santa Catarina.
Queima de evidências dificultou investigação de sete anos
A polícia levou sete anos para concluir o caso devido à destruição de provas. Os corpos carbonizados e o incêndio no veículo apagaram evidências cruciais. Ainda assim, familiares conseguiram identificar o carro e objetos na caçamba, como uma caixa de ferramentas, o que colaborou para a confirmação das vítimas.
Bruna havia sido vista pela última vez na madrugada de 22 de março de 2018, após sair da faculdade. Poucas horas depois, os corpos foram encontrados. O caso abalou a cidade de Altônia, onde moradores pediam justiça e acompanhavam o desdobramento das investigações com atenção.
Justiça e dor: caso da Miss Altônia marca comunidade e reforça combate ao crime organizado
A prisão do último suspeito encerra um dos capítulos mais trágicos da história recente de Altônia. O caso levanta reflexões sobre a lentidão das investigações em crimes ligados ao crime organizado e à dificuldade de preservação de provas em áreas rurais.
O episódio também reforça a necessidade de ampliar os mecanismos de checagem de informações, cooperação entre estados e o uso de tecnologias para rastrear movimentações de foragidos. Mesmo após sete anos, a prisão do último suspeito representa um passo importante para que as famílias das vítimas obtenham justiça.
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