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Curitiba,15/05/2025

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    Suspensão de sanções à Síria marca reviravolta histórica após 14 anos de guerra

    Com apoio dos EUA e da Arábia Saudita, medida pode abrir caminho para reconstrução e aliviar crise humanitária que atinge 90% da população síria

    Agência Brasil
    Suspensão de sanções à Síria marca reviravolta histórica após 14 anos de guerra Donald Trump, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e o presidente sírio Ahmed al-Sharaa durante reunião histórica sobre a suspensão das sanções à Síria. Créditos da foto: Divulgação / Ministério das Relações Exterio

    Uma nova chance para a Síria: o que muda com o fim das sanções


    Quase 14 anos após o início da guerra civil que derrubou o antigo regime de Bashar al-Assad, a Síria dá os primeiros passos para sair do isolamento internacional. Em uma reunião histórica envolvendo líderes do Oriente Médio e com participação remota dos Estados Unidos, foi anunciada a suspensão das sanções econômicas impostas ao governo sírio, medida considerada essencial para conter a profunda crise humanitária que afeta o país.


    Hoje, cerca de 90% da população síria vive abaixo da linha da pobreza, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). A retirada das Medidas Coercitivas Unilaterais (MCU) representa uma possível virada de página em um dos conflitos mais devastadores do século XXI.




    Encontro histórico reúne Síria, Arábia Saudita, Turquia e EUA


    A decisão foi divulgada após um encontro de alto nível que reuniu líderes do Oriente Médio. Estiveram presentes o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e, por videoconferência, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan. O atual presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, liderou pessoalmente a delegação síria no evento.


    Ahmed al-Sharaa é uma figura controversa. Ex-comandante do grupo rebelde Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), que teve vínculos com a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, ele adotou uma postura mais moderada nos últimos anos e se afastou dos grupos extremistas, o que ajudou a viabilizar o diálogo internacional.




    Fim das sanções: impacto econômico e diplomático imediato


    Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Síria, a decisão dos EUA foi reafirmada pelo ex-presidente Donald Trump durante as conversas, com foco na cooperação antiterrorismo e no combate a atores armados que ainda operam no país.


    As sanções anteriormente impostas impediam transações financeiras internacionais e bloqueavam o acesso da Síria ao sistema Swift, o que praticamente paralisou o comércio e os investimentos no país.


    De acordo com Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão de Inquérito sobre a Síria da ONU, “o futuro da Síria depende do fim das sanções. As pessoas querem abrir negócios, trazer empresas, investir. Mas as sanções dos EUA impediam qualquer avanço.”




    Reações internacionais: alívio, apoio e esperança


    A suspensão das sanções foi celebrada por diversas potências regionais e entidades internacionais. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait e a própria ONU manifestaram apoio imediato à decisão.


    Nas ruas da Síria, foram registradas manifestações populares espontâneas em cidades como Aleppo, Homs e Damasco. Milhares de sírios saíram às ruas carregando bandeiras nacionais e faixas de agradecimento aos países que apoiaram a medida.


    O chanceler sírio, Asaad al-Shaibani, destacou a importância política e simbólica da decisão. “Esta medida representa uma vitória da justiça e uma afirmação da unidade árabe”, declarou.




    Desafios para a reconstrução: economia, infraestrutura e segurança


    Apesar do alívio inicial, a reconstrução da Síria será um processo longo e complexo. Estima-se que mais de 80% da infraestrutura urbana foi destruída, e áreas inteiras ainda estão contaminadas por minas terrestres e explosivos remanescentes.


    Os setores mais afetados incluem:




    • Energia elétrica: com redes destruídas, cidades inteiras vivem em apagões constantes;




    • Saúde: hospitais e clínicas foram alvos frequentes durante a guerra;




    • Educação: mais da metade das escolas públicas não estão operando.




    Além disso, a presença de grupos armados e milícias em várias regiões ainda representa um risco à estabilidade interna, mesmo com a atuação das forças sírias e aliadas.




    Cooperação internacional: próximos passos para integração síria


    O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal Bin Farhan, declarou que seu país já está coordenando com os EUA os detalhes processuais para a efetiva suspensão das sanções, e espera que países europeus adotem medidas semelhantes nos próximos meses.


    Entre os planos imediatos discutidos estão:




    • Reintegração da Síria ao sistema financeiro internacional;




    • Estabelecimento de corredores humanitários com apoio da ONU;




    • Programas multilaterais para reconstrução de infraestrutura;




    • Criação de zonas seguras para retorno voluntário de refugiados.






    Curitiba e o Brasil: impactos indiretos e oportunidades diplomáticas


    Embora o foco da crise esteja no Oriente Médio, o Brasil — incluindo cidades como Curitiba — pode sentir reflexos indiretos da retomada econômica síria. O fim das sanções abre portas para:




    • Exportação de produtos agrícolas e farmacêuticos brasileiros;




    • Parcerias acadêmicas em reconstrução urbana e assistência social;




    • Refinanciamento de programas da ONU com apoio brasileiro.




    O Brasil tem tradição em missões humanitárias e diplomáticas no Oriente Médio, e especialistas acreditam que essa reaproximação da Síria com o Ocidente pode abrir espaço para protagonismo brasileiro nas negociações multilaterais.




    Conclusão: um recomeço possível, mas repleto de desafios


    A suspensão das sanções contra a Síria representa um marco histórico, mas está longe de ser a solução definitiva para os problemas do país. Trata-se de uma oportunidade única de reconstrução, integração e pacificação — que dependerá da cooperação internacional e da estabilidade política interna.


    Para o povo sírio, a esperança é de que este seja o início de um novo ciclo: com dignidade, acesso a direitos básicos e um futuro reconstruído após mais de uma década de dor e destruição.




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