Ministério da Saúde amplia vacina contra hepatite A para quem usa PrEP no SUS
Medida busca conter surtos da doença em adultos e reforça a proteção de pessoas em uso da profilaxia contra o HIV, que somam mais de 120 mil no Brasil.

Você sabia que, desde 2017, surtos de hepatite A têm se concentrado em adultos, especialmente entre homens que fazem sexo com homens? Com o avanço da vacinação infantil, a doença passou a atingir principalmente a população adulta, o que levou o Ministério da Saúde a tomar uma nova medida de prevenção: a inclusão da vacina contra hepatite A para usuários da PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV).
A decisão representa um avanço na política de saúde pública, impactando diretamente a prevenção de doenças infecciosas entre grupos mais vulneráveis – incluindo pessoas atendidas pelo SUS em Curitiba, no Paraná e em todo o Brasil.
Vacinação contra hepatite A: o que muda?
Nova recomendação nacional
A partir de maio de 2025, usuários da PrEP – tratamento preventivo contra o HIV – também passam a ter direito à vacinação gratuita contra a hepatite A no Brasil. Essa ampliação do esquema vacinal foi anunciada oficialmente pelo Ministério da Saúde e entra em vigor em todos os estados brasileiros.
Quem deve ser vacinado
Pessoas em uso da PrEP fornecida pelo SUS;
Necessário apresentar receita médica indicando o uso da profilaxia;
A vacina será aplicada nos mesmos serviços de referência que distribuem a medicação da PrEP.
Esquema vacinal
Duas doses da vacina contra hepatite A;
Intervalo de seis meses entre as doses.
Por que a ampliação é necessária?
Mudança no perfil epidemiológico
Desde que o Brasil passou a vacinar crianças contra hepatite A, em 2014, houve uma redução significativa de casos nesse grupo. No entanto, a infecção migrou para a população adulta, com surtos concentrados em centros urbanos como São Paulo e Curitiba.
Casos mais graves em adultos
Diferente do que ocorre em crianças – que costumam apresentar sintomas leves – adultos infectados pelo vírus da hepatite A correm mais risco de complicações sérias, como insuficiência hepática. Isso tem levado a internações e até óbitos evitáveis, segundo dados do Ministério da Saúde.
População da PrEP e vulnerabilidade
Mais de 120,7 mil pessoas utilizam a PrEP no Brasil via SUS;
80% desse público é composto por homens que fazem sexo com homens (HSH), grupo que tem sido o mais afetado por surtos recentes de hepatite A.
Entenda a hepatite A
O que é a doença
A hepatite A é uma infecção viral que afeta o fígado. Os sintomas variam de leves a graves e podem incluir febre, cansaço, dor abdominal, náuseas, vômitos, olhos amarelados (icterícia) e urina escura. Em casos extremos, pode levar à morte.
Formas de transmissão
Principal via: fecal-oral, geralmente por ingestão de água ou alimentos contaminados;
Outra forma identificada: contato sexual, especialmente sexo oral-anal.
Aumento de casos por transmissão sexual
Desde 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades sanitárias no Brasil vêm identificando um aumento nos casos de hepatite A relacionados a práticas sexuais, com destaque para surtos em grandes cidades.
Histórico recente da doença no Brasil
São Paulo: primeiro grande surto
Em 2017, a cidade de São Paulo registrou 786 casos confirmados de hepatite A, com dois óbitos. O surto atingiu principalmente homens adultos que fazem sexo com homens.
Vacinação como estratégia de contenção
Após o surto, ações emergenciais de vacinação foram implementadas, resultando em queda dos números. A experiência comprovou a eficácia da vacina na contenção da doença entre adultos.
Outros surtos e resposta nacional
Diversas cidades brasileiras, incluindo Curitiba, também registraram aumentos pontuais de casos. Com a nova diretriz, o governo pretende evitar novos surtos e ampliar a proteção dessa população.
Impacto esperado da nova política
Redução de internações por formas graves da doença;
Menos óbitos associados à hepatite A em adultos;
Maior cobertura vacinal de grupos vulneráveis;
Fortalecimento da prevenção combinada ao HIV e a outras ISTs.
Como será a vacinação em Curitiba
Locais de vacinação
Usuários da PrEP em Curitiba devem se vacinar nos mesmos serviços de referência onde retiram o medicamento, como unidades especializadas em ISTs ou centros de referência em saúde sexual.
Documentação necessária
Receita médica que comprove o uso contínuo da PrEP;
Documento com foto e Cartão SUS.
Importância regional
Com mais de 10 mil usuários da PrEP estimados no Paraná, a ampliação da vacina é um passo importante para a saúde pública local, reduzindo riscos em uma das capitais com maior cobertura de PrEP no Brasil.
Conclusão
A ampliação da vacina contra hepatite A para quem usa PrEP representa um avanço estratégico na saúde pública, alinhado às necessidades de grupos mais vulneráveis e às mudanças no comportamento epidemiológico da doença. Curitiba, com sua rede estruturada de atendimento à população LGBTQIA+, está entre as cidades mais beneficiadas com a nova medida.
A expectativa é que, com informação e acesso, o Brasil possa seguir reduzindo casos de hepatite A em adultos, protegendo vidas e fortalecendo a resposta à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.
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