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Curitiba,17/05/2025

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    Petro convoca greve geral após rejeição de consulta sobre reformas

    Presidente acusa o Senado de fraude após rejeição de consulta popular sobre reformas sociais e mobiliza população para pressionar o Congresso com protestos e assembleias populares em todo o país.

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    Petro convoca greve geral após rejeição de consulta sobre reformas O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante declaração à imprensa em meio à crise política sobre a consulta popular das reformas sociais. Créditos da foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

    Petro convoca greve geral após derrota no Senado sobre consulta popular


    Rejeição da proposta no Congresso acende crise política e mobilizações populares lideradas pelo presidente da Colômbia.


    Na última quinta-feira (15), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou uma convocação nacional para assembleias populares e sugeriu a realização de uma greve geral. A resposta veio após o Senado colombiano rejeitar, por 49 votos a 47, uma proposta do governo para realizar uma consulta popular sobre reformas trabalhista, de saúde e de aposentadoria.


    Acusações de fraude e convocação para as ruas


    Durante viagem oficial à China, Petro usou suas redes sociais para denunciar o que classificou como uma “fraude legislativa”. Segundo o presidente, a sessão foi encerrada antes que todos os parlamentares pudessem votar, prejudicando a aprovação da consulta.



    “49 senadores não são maioria e não deixaram votar a maioria”, afirmou.



    Petro também denunciou que o presidente do Senado, Efraín Cepeda, impediu propositalmente a continuidade da votação e favoreceu a rejeição da proposta. O governo afirma que apenas 96 dos 108 senadores participaram da votação, e alguns legisladores favoráveis à proposta foram impedidos de registrar seu voto.


    Reações imediatas: protestos e nova proposta de consulta


    Movimentos sociais e apoiadores do governo já se mobilizaram, organizando protestos em diversas cidades da Colômbia nesta sexta-feira (16). Petro convocou assembleias populares até o domingo (18), com o objetivo de decidir, junto à população, os próximos passos.



    “Devemos discutir a decisão a tomar: se aceitamos a fraude ou vamos exercer o direito à greve geral”, declarou o presidente.



    Reformas travadas no Congresso


    Desde o início de seu mandato, Petro vem tentando aprovar um amplo pacote de reformas sociais estruturais, incluindo:




    • Reforma trabalhista: Redução da jornada diurna, pagamento de horas extras em horários noturnos, fins de semana e feriados; valorização de contratos indefinidos e limitação de vínculos temporários; melhorias na remuneração de aprendizes; regulamentação de licença-paternidade.




    • Reforma da saúde: Propostas para reduzir custos de medicamentos, permitir produção estatal de insumos e reestruturar o modelo de atenção primária.




    Com dificuldades para formar maioria no Congresso, as reformas têm sido constantemente barradas ou desidratadas. Petro afirma que está enfrentando uma aliança conservadora que atua para manter o status quo e impedir mudanças profundas no modelo socioeconômico do país.


    Nova consulta popular será apresentada


    Insatisfeito com o resultado da votação, Petro anunciou que apresentará uma nova proposta de consulta popular já na próxima segunda-feira (19), desta vez com foco direto na questão da saúde pública.



    “Apresento a consulta com uma nova pergunta: que baixe o preço dos medicamentos no país e permita que o Estado compre e produza os medicamentos essenciais”, revelou.



    Essa mudança estratégica pode ser uma tentativa de focar em temas de apelo mais direto à população, facilitando a mobilização em torno de pautas populares e menos polarizadas.


    Senado nega fraude e critica custo da consulta


    Do outro lado, o presidente do Senado, Efraín Cepeda, negou qualquer irregularidade na votação e criticou a proposta de consulta popular, alegando que seria um gasto excessivo de recursos públicos, estimado em 750 milhões de pesos.



    “Não é o momento de destruir recursos públicos com consultas populares. O Congresso não é apêndice do Executivo”, declarou Cepeda.



    Segundo o senador, o Legislativo já está debatendo as reformas propostas pelo Executivo, e o canal institucional deve ser respeitado.


    Caso de senador acusado de corrupção reacende polêmica


    A crise se agravou com a denúncia de Petro de que o senador Ciro Ramírez, recém-libertado após ser preso por corrupção, foi autorizado a votar e foi decisivo para rejeitar a consulta popular.



    “Soltaram um senador corrupto preso para dar o voto que põe mordaça à voz do povo”, afirmou o presidente.



    A senadora governista Martha Peralta também contestou a condução da votação, alegando que a sessão durou menos de 3 minutos e que não houve tempo hábil para registrar todos os votos.


    O ministro do Interior, Armando Benedetti, confirmou que o governo pretende levar o caso à Suprema Corte da Colômbia, questionando a legalidade da sessão e seus efeitos.




    Impacto político e social da crise


    Tensões entre Poder Executivo e Legislativo


    A atual crise evidencia um grave conflito entre os poderes na Colômbia, com o Executivo acusando o Legislativo de atuar contra a vontade popular. A falta de maioria parlamentar de Petro impede o avanço das reformas prometidas em campanha, gerando frustração entre seus apoiadores.


    Mobilização popular: arma política do governo


    Diante da resistência do Congresso, o presidente tem apostado em mobilizações populares como ferramenta de pressão política. A convocação de uma greve geral, embora polêmica, pode fortalecer a narrativa de confronto entre “povo e elite”, com potencial para gerar forte impacto nas ruas e na opinião pública.


    Repercussão internacional e possíveis reflexos no Brasil


    A crise colombiana é observada de perto por países vizinhos como o Brasil, que também enfrenta desafios similares em aprovar reformas sociais. A resposta das instituições colombianas ao impasse será um teste importante para a resiliência democrática do país e pode influenciar o debate regional sobre governabilidade e participação popular.




    Conclusão


    A rejeição da consulta popular e a convocação de uma greve geral por Petro revelam o nível de tensão e polarização política na Colômbia. Com pouco tempo restante de mandato e sem possibilidade de reeleição, o presidente aposta nas ruas para viabilizar sua agenda.


    O resultado desse embate pode redefinir os rumos da política colombiana e impactar toda a América Latina, incluindo o Brasil, onde o debate sobre reformas sociais também é constante. Curitiba e o Paraná acompanham com atenção, dado o crescente interesse por dinâmicas políticas internacionais que afetam a região.




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