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Curitiba,08/06/2025

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    Brasil e França rumo a um novo ciclo econômico: Lula propõe metas ousadas para comércio bilateral

    O presidente Lula defendeu metas para dobrar o comércio entre Brasil e França em 10 anos, apostando em investimentos conjuntos e no fortalecimento do acordo Mercosul-União Europeia.

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    Brasil e França rumo a um novo ciclo econômico: Lula propõe metas ousadas para comércio bilateral O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante o Fórum Econômico Brasil-França, realizado em Paris, na França, com a presença de autoridades e empresários dos dois países. O evento ocorreu em um salão nobre decorado com afrescos e lustre

    Introdução: Brasil e França em busca de uma nova era de cooperação econômica


    Imagine um cenário onde dois países com histórias, culturas e economias tão distintas quanto Brasil e França decidem não apenas manter relações diplomáticas, mas ousar traçar metas concretas para crescer juntos. Foi exatamente essa proposta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez durante sua visita oficial à França, ao participar do Fórum Econômico Brasil-França, um evento que reuniu autoridades e empresários de ambos os lados do Atlântico.


    Com o comércio bilateral ainda considerado tímido — girando em torno de US$ 9,1 bilhões — Lula não apenas chamou a atenção para a necessidade de avanços, mas lançou um plano audacioso: alcançar US$ 20 bilhões em trocas comerciais nos próximos dez anos. A comparação com países como o Vietnã, que já movimenta US$ 13 bilhões com o Brasil, acendeu um alerta.


    Mas afinal, por que esse comércio é tão baixo? O que impede Brasil e França, duas economias robustas e complementares, de se conectarem mais profundamente? E o que muda com esse plano de metas proposto por Lula? Neste artigo, vamos explorar todos os detalhes dessa proposta, os desafios históricos do acordo Mercosul-União Europeia e as oportunidades concretas que se desenham no horizonte.




    Brasil e França: uma relação econômica aquém do potencial


    Comércio bilateral ainda limitado


    Apesar dos laços históricos e da forte presença de empresas francesas em território brasileiro — como Carrefour, Renault, L’Oréal e TotalEnergies — o volume de comércio entre Brasil e França ainda está longe de refletir todo o potencial da relação.


    Segundo dados de 2024, o fluxo comercial entre os dois países está na casa dos US$ 9,1 bilhões. Isso representa uma fatia modesta se comparado com o comércio do Brasil com outros países de menor expressão geopolítica, como o Vietnã, cuja balança alcança US$ 13 bilhões.


    Palavras-chave relacionadas: comércio bilateral, relações econômicas Brasil-França, investimentos internacionais, balança comercial




    A proposta de Lula: metas claras para dobrar o comércio até 2034


    Plano de metas: ambição pragmática


    Durante a sessão de encerramento do Fórum Econômico Brasil-França, Lula foi direto:



    “Vamos sair daqui lançando um plano de metas: nos próximos 10 anos vamos chegar a US$ 20 bilhões e trabalhar para isso. Porque se não tiver plano de metas e a gente só fizer as coisas quando a natureza permitir, não dá certo.”



    Com essa frase, o presidente buscou mobilizar os setores empresariais para uma abordagem proativa. Lula destacou que a ampliação do comércio entre os dois países não pode ser deixada ao acaso, mas precisa de esforço conjunto, planejamento estratégico e comprometimento político.


    Essa proposta, que mira um comércio bilateral de US$ 20 bilhões, é vista como um passo simbólico e prático para destravar uma relação cheia de potencial, mas marcada por obstáculos históricos e falta de metas objetivas.




    Setores estratégicos para impulsionar a parceria Brasil-França


    1. Transição energética


    O Brasil tem se destacado globalmente como líder na produção de energia limpa, principalmente hidrelétrica, solar e eólica. A França, por sua vez, é uma das principais promotoras da agenda ambiental na Europa e investe fortemente em energias renováveis.


    Essa complementaridade abre um leque de possibilidades:




    • Coprodução de tecnologias verdes




    • Investimentos franceses em infraestrutura energética brasileira




    • Parcerias para a produção de hidrogênio verde




    2. Indústria da saúde


    Com o envelhecimento da população mundial e os desafios impostos por pandemias e doenças crônicas, a indústria da saúde desponta como área-chave.


    O Brasil possui um mercado amplo e demanda crescente por inovações na área médica, enquanto a França é um dos polos mundiais em biotecnologia e farmacêutica. Investimentos conjuntos poderiam trazer benefícios mútuos, especialmente em:




    • Pesquisa e desenvolvimento (P&D)




    • Parques tecnológicos e polos de inovação




    • Transferência de tecnologia




    3. Defesa e segurança


    A França é um dos maiores exportadores de equipamentos de defesa do mundo. O Brasil, por sua vez, tem buscado modernizar suas Forças Armadas, inclusive com a construção de submarinos em parceria com empresas francesas.


    Fortalecer essa relação pode gerar:




    • Geração de empregos altamente qualificados




    • Capacitação técnica e tecnológica




    • Fortalecimento da indústria nacional de defesa




    4. Agronegócio e alimentos


    Lula destacou que há um receio, principalmente por parte dos agricultores franceses, de que o acordo com o Mercosul possa prejudicar sua competitividade. Porém, o presidente brasileiro rebateu:



    “Se nós colocarmos os agricultores franceses junto com os brasileiros, vai ter uma descoberta extraordinária. Eles vão descobrir que as nossas agriculturas são complementares. Uma não prejudica a outra.”



    O agronegócio brasileiro é uma potência, e há espaço para:




    • Exportação de produtos tropicais para a França




    • Cooperação em tecnologias agrícolas sustentáveis




    • Parcerias para alimentos processados e gourmet






    O entrave do Acordo Mercosul-União Europeia: desafios e esperanças


    Acordo negociado há mais de 20 anos


    Desde 1999, Mercosul e União Europeia negociam um acordo de livre comércio que já passou por diversas fases, adiamentos e impasses. Em 2019, foi anunciado o fechamento técnico do acordo, mas sua ratificação segue travada, especialmente por pressões políticas e ambientais.


    A resistência francesa


    A França tem se posicionado com cautela, alegando preocupações com:




    • Desmatamento na Amazônia




    • Padrões ambientais da produção agrícola sul-americana




    • Competitividade de seus agricultores frente aos brasileiros




    Para o governo francês, liderado por Emmanuel Macron, o acordo ainda precisa incorporar cláusulas mais rígidas em termos de sustentabilidade e rastreabilidade de produtos.


    O contraponto de Lula


    Lula reforçou o compromisso do Brasil com o combate ao desmatamento, a regeneração de pastagens degradadas e o desenvolvimento sustentável. Além disso, prometeu trabalhar para a finalização do acordo durante a presidência brasileira do Mercosul, no segundo semestre de 2025.


    Ele também destacou a visão de que o protecionismo europeu, especialmente o francês, ignora as complementaridades econômicas entre os blocos e pode impedir avanços benéficos para ambos os lados.




    Oportunidades e próximos passos: o que esperar da relação Brasil-França?


    Visita empresarial francesa ao Brasil


    Um dos principais sinais de avanço prático é a visita planejada por Laurent Saint-Martin, ministro de Comércio Exterior da França, ao Brasil no final deste mês. A comitiva incluirá empresários interessados em setores estratégicos como:




    • Energias renováveis




    • Saúde




    • Mundo digital




    • Infraestrutura e logística




    Essa movimentação indica disposição concreta da França em estreitar laços econômicos com o Brasil, mesmo em meio às divergências políticas sobre o acordo Mercosul-UE.




    Conclusão: uma chance de recomeço com metas claras


    A fala firme e inspiradora do presidente Lula, ao propor metas comerciais entre Brasil e França, marca um possível ponto de virada na relação econômica entre os dois países. Em vez de esperar que as circunstâncias mudem por conta própria, a proposta brasileira é agir com estratégia, clareza e ambição.


    Com potencial inexplorado em diversos setores — da energia à saúde, do agro à defesa —, essa parceria pode se tornar um exemplo de cooperação econômica sustentável e mutuamente benéfica. O caminho não será simples, mas com metas definidas, esforços coordenados e vontade política, o futuro pode reservar um novo patamar de integração para Brasil e França.


    Agora, a bola está com os empresários, autoridades e diplomatas de ambos os países. E, claro, com os cidadãos, que são os maiores beneficiados quando a diplomacia se transforma em empregos, inovação e desenvolvimento.


    Comente abaixo sua opinião: você acha que Brasil e França conseguirão dobrar seu comércio em 10 anos? Compartilhe com quem se interessa por política internacional e economia.




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