Israel anuncia restabelecimento do cessar-fogo após ataques a Gaza
Exército afirma ter atingido dezenas de alvos do Hamas antes de restabelecer a trégua; mais de 90 palestinos morreram desde terça-feira (28), segundo autoridades locais.
Famílias palestinas caminham entre destroços em busca de água potável após bombardeios na Faixa de Gaza. — Foto: Mohammed Saber / EFE Israel retoma cessar-fogo em Gaza após ataques que deixaram mais de 90 mortos; governo diz que agiu em resposta a violações do Hamas.
Cessar-fogo restabelecido
O Exército de Israel anunciou nesta quarta-feira (29) que restabeleceu o cessar-fogo na Faixa de Gaza, após uma nova rodada de bombardeios contra “dezenas de alvos terroristas”, segundo comunicado oficial.
“De acordo com a orientação do governo, após uma série de ataques que atingiram dezenas de alvos e neutralizaram terroristas em resposta às violações do Hamas, o Exército retomou a aplicação do cessar-fogo”, informou a nota das Forças de Defesa de Israel (FDI).
As autoridades israelenses afirmaram ter atacado 30 integrantes de grupos armados que, segundo o governo, ocupavam posições de comando no território palestino.
Israel declarou que continuará a respeitar o acordo de trégua “desde que não haja novas violações”, mas prometeu “responder com firmeza” a qualquer ataque.
Bombardeios e vítimas civis
Entre a tarde de terça-feira (28) e esta quarta (29), pelo menos 91 palestinos, incluindo 24 crianças e sete mulheres, morreram nos ataques israelenses, segundo fontes médicas e da Defesa Civil de Gaza citadas pela agência EFE.
Os bombardeios atingiram residências, escolas e prédios residenciais em diversas regiões:
Cidade de Gaza e Beit Lahia (norte);
Bureij e Nuseirat (centro);
Khan Younis (sul).
Equipes de resgate relataram grandes dificuldades para acessar áreas atingidas e alertaram que há pessoas desaparecidas sob os escombros.
“Trabalhamos em condições extremamente difíceis, com risco constante de novos ataques. O número de mortos pode aumentar”, informou a Defesa Civil do enclave.
O motivo da escalada
A nova ofensiva foi ordenada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, após reunião do Gabinete de Segurança. O governo israelense acusa o Hamas de violar o cessar-fogo, em vigor desde 10 de outubro, ao realizar ataques no sul de Gaza e descumprir acordos sobre a devolução de corpos de reféns.
O ministro da Defesa de Israel declarou que um soldado israelense foi morto em um ataque atribuído ao Hamas, que nega envolvimento e afirma estar cumprindo o pacto de trégua.
“Israel está tentando fabricar pretextos para novas medidas agressivas”, respondeu o Hamas em comunicado.
Reações internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atuou como um dos mediadores do acordo, afirmou que “nada colocará em risco o cessar-fogo” e pediu que ambas as partes mantenham a calma.
“É preciso compreender que o Hamas representa uma parte muito pequena da paz no Oriente Médio e precisa se comportar”, disse Trump.
O acordo de trégua é fruto de mediação conjunta entre EUA, Egito, Catar e Turquia, e integra a primeira fase do plano de paz de 20 pontos apresentado pelo governo americano para a reconstrução de Gaza.
O acordo de paz
O pacto prevê a libertação de reféns e prisioneiros e a devolução de corpos como gesto humanitário mútuo.
Desde o início do cessar-fogo, o Hamas libertou 20 reféns israelenses vivos em troca da liberação de 250 prisioneiros palestinos.
Além disso, Israel devolveu 195 corpos de palestinos em troca de 13 reféns israelenses mortos e dois estrangeiros — um tailandês e um nepalês.
Ainda permanecem em Gaza 13 reféns mortos, entre eles 11 israelenses, um tanzaniano e um tailandês.
Situação humanitária
A ONU e organizações humanitárias alertam que o cenário em Gaza continua crítico, com falta de água potável, medicamentos e eletricidade em diversas áreas.
Os ataques aéreos e as restrições de entrada de ajuda humanitária agravam a crise de abastecimento e aumentam o número de deslocados internos.
❓ E você?
Acredita que o cessar-fogo entre Israel e Hamas conseguirá ser mantido após a nova escalada de violência?




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