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Paixão pela profissão mantém médicos longevos na ativa

Deise, Henrique e Badim mostram que paixão pela profissão, atualização constante e saúde são a chave para uma longevidade ativa e produtiva.

Portal Noticias Curitiba
Paixão pela profissão mantém médicos longevos na ativa Aos 95 anos, o cirurgião José Badim (à esquerda) segue realizando procedimentos com precisão e dedicação no hospital que fundou, no Rio de Janeiro. Foto: José Badim/Arquivo pessoal





Médicos acima dos 80 anos seguem atuando com excelência no Brasil e mostram que idade não limita talento, dedicação e amor pela medicina.




Três exemplos de longevidade ativa e amor pela profissão


A medicina é feita de vocação, ciência e, acima de tudo, dedicação à vida humana. Para três médicos brasileiros com mais de 80 anos de idade, essa missão ainda pulsa forte, contrariando estigmas sobre envelhecimento profissional e mostrando que a idade não deve ser um obstáculo quando há saúde, competência e paixão pelo que se faz.


A nefrologista Deise de Boni Monteiro de Carvalho, o cirurgião cardíaco Henrique Murad e o cirurgião plástico José Badim seguem atendendo, ensinando e, em alguns casos, até operando com a mesma rotina de décadas atrás. Para eles, o trabalho é sinônimo de vitalidade, propósito e conexão com as novas gerações.




Deise de Boni: 65 anos de hospital e a pioneira que ainda comanda transplantes


Com 85 anos de idade e 65 dedicados à medicina, a nefrologista Deise de Boni não pensa em parar. Responsável pela realização do primeiro transplante renal de São Paulo, em 1965, ela coordena, até hoje, os serviços de Nefrologia e Transplante Renal dos hospitais São Vicente de Paulo e São Francisco na Providência de Deus, no Rio de Janeiro.


Sob sua liderança, o Hospital São Francisco já realizou mais de 2.750 transplantes renais desde 2013. Para ela, o segredo está em manter-se útil, atualizada e em contato com os jovens médicos, que ela chama carinhosamente de "equipe pediátrica".


“Eu não sei fazer outra coisa. O trabalho me deixa viva, ligada. Lido com gente de todas as idades. Nunca senti preconceito”, afirma a médica, também fundadora da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).




Henrique Murad: 82 anos e mais de 5 mil cirurgias cardíacas


Referência em cirurgia de aorta no Brasil, o médico Henrique Murad, de 82 anos, é outro exemplo de longevidade profissional. Após se afastar das salas cirúrgicas aos 80 anos por razões de saúde, ele passou a se dedicar ao atendimento em consultório, ensino médico e à editoria de uma revista especializada.


Com mais de 5 mil cirurgias cardíacas no currículo e 40 anos à frente do setor de Cirurgia Cardíaca do Hospital São Vicente de Paulo, Murad defende que a idade não deve ser critério único para aposentadoria.


“A Sociedade Americana de Cirurgia defende que o médico idoso deve ser avaliado individualmente. Tem gente ótima aos 95 e gente debilitada aos 70. O conhecimento acumulado deve ser respeitado”, destaca Murad, que também é imortal da Academia Nacional de Medicina.




José Badim: aos 95 anos, cirurgião segue com mãos firmes e rotina inabalável


O cirurgião José Badim acaba de completar 95 anos, mas mantém a mesma rotina de quando fundou o Hospital Badim, na zona norte do Rio, há 24 anos: acorda cedo, atende pacientes e realiza cirurgias.


Formado em 1956, com especialização nos Estados Unidos, Badim é autor dos primeiros implantes de mão e de couro cabeludo no Brasil e ganhou destaque ao atuar em grandes tragédias, como a explosão da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), nos anos 1970.


“Sou muito ativo para me aposentar. A mente precisa estar trabalhando, estimulada. Isso nos mantém vivos”, diz. Para ele, manter-se atualizado tecnicamente é a chave para o respeito profissional — e a tecnologia é uma aliada, não uma barreira.




Conclusão reflexiva


As trajetórias de Deise, Murad e Badim desafiam o etarismo na medicina e provam que a experiência é um ativo valioso, que não pode ser ignorado com base apenas na idade. Em um país onde a expectativa de vida cresce e o preconceito etário ainda é forte, histórias como essas reforçam a importância de avaliar competência e saúde individualmente.


Esses profissionais não apenas inspiram colegas mais jovens, como também oferecem um exemplo de longevidade ativa, produtiva e apaixonada — uma medicina que cura, ensina e resiste ao tempo.


Você acredita que profissionais mais velhos são valorizados como deveriam no mercado de trabalho brasileiro?





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