Sindpol-RJ cobra regulamentação urgente de pensão dobrada para policiais civis mortos em serviço
Após operação mais letal do RJ, sindicato reforça pedido para que governo estadual regulamente benefício previsto na Lei Orgânica da Polícia Civil.
Fernando Frazão/Agência Brasil O Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol-RJ) voltou a cobrar, na última sexta-feira (31), que o governo estadual regulamente com urgência o adicional de 100% sobre o valor da pensão por morte em serviço, conforme previsto no Artigo 39 da Lei Complementar 204/2022 — a Lei Orgânica da Polícia Civil do RJ. A exigência ganhou força após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que terminou com 121 mortos, incluindo dois policiais civis.
⚖️ Panorama: lei aprovada, mas ainda sem efeito prático
Promulgada em 30 de junho de 2022, a Lei Orgânica da Polícia Civil do Rio de Janeiro trouxe avanços importantes para a categoria. No entanto, passados mais de três anos, o Artigo 39 — que garante pensão com adicional de 100% para herdeiros de policiais mortos em serviço — ainda depende de regulamentação por parte do Poder Executivo estadual para ser efetivado.
Segundo o presidente do Sindpol-RJ, Wagner de Paula, a demora penaliza injustamente os familiares dos servidores. “O parágrafo único [do artigo] é claro ao prever que, em caso de óbito no exercício das funções, o benefício deve ser dobrado. Mas isso só será possível quando o governo fizer a regulamentação formal, o que ainda não aconteceu”, destacou, por meio das redes sociais.
⚠️ O impacto real: famílias desamparadas em meio à tragédia
A cobrança do sindicato ocorre logo após a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas, entre elas quatro policiais — dois militares e dois civis. O caso de Rodrigo Velloso Cabral, de apenas 34 anos e com 40 dias de experiência na Polícia Civil, escancara a urgência da regulamentação. A morte de Rodrigo, que atuava na 39ª DP, na Pavuna, deixou familiares desassistidos de um direito legal, não por falta de lei, mas pela omissão no seu cumprimento.
A formalização da cobrança foi feita por meio de ofício enviado ao secretário estadual de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, cobrando providências imediatas para garantir o benefício às famílias dos policiais civis mortos em serviço.
🔍 Soluções paradas e a espera por justiça administrativa
Mesmo com a legislação vigente, a falta de regulamentação impede que o benefício seja aplicado automaticamente. Isso gera uma situação de insegurança jurídica e prolonga a dor dos familiares, que, além do luto, enfrentam entraves burocráticos. Segundo especialistas, a medida evitaria longos processos administrativos e judiciais, permitindo que os dependentes legais tivessem acesso célere à pensão especial.
O Sindpol-RJ também alertou que a omissão do estado pode ser questionada judicialmente, o que geraria novos custos e desgastes para a administração pública. A regulamentação seria uma forma de segurança institucional e valorização da carreira policial.
🗣️ Repercussão e pressão por mudanças no cenário local
O enterro do sargento da Polícia Militar Heber Carvalho da Fonseca, realizado no dia 30 de outubro no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, também reforçou o clima de comoção e revolta. A população e entidades ligadas à segurança pública passaram a cobrar medidas concretas de proteção aos agentes e de apoio às famílias atingidas.
A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Polícia Civil para obter um posicionamento oficial sobre a regulamentação do Artigo 39, mas até o momento da publicação não houve resposta.
A demanda do Sindpol-RJ também reacendeu o debate sobre o apoio institucional a servidores da segurança pública, principalmente diante do aumento de operações com alto risco de letalidade.
✅ CONCLUSÃO REFLEXIVA
A ausência de regulamentação de um direito já previsto em lei escancara um problema grave de gestão pública. Em um momento em que se exige mais valorização e proteção aos profissionais da segurança, garantir o pagamento da pensão com adicional de 100% aos familiares de policiais civis mortos em serviço não é apenas um ato de justiça — é uma obrigação moral e legal. A regulamentação imediata é essencial para reparar essa falha e reconhecer, na prática, o valor da vida e do trabalho desses agentes.

Enterro do sargento da Polícia Militar, Heber Carvalho da Fonseca no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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