📰 Operação no Alemão e Penha: Ouvidoria da Defensoria denuncia graves violações de direitos humanos no Rio
🗞️ Relatório aponta assédio, execuções e torturas após ação policial que deixou 121 mortos
 Fernando Frazão/Agência Brasil					  A Ouvidoria Geral da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro divulgou, neste domingo (2), um relatório com graves denúncias de violações de direitos humanos após a Operação Contenção, realizada na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, zona norte do Rio. Os relatos apontam mortes de inocentes, prisões arbitrárias, torturas e casos de assédio sexual cometidos por policiais durante a ação que deixou 121 mortos — sendo 117 civis e quatro agentes.
🔍 Desenvolvimento
De acordo com o relatório “Atuação da Ouvidoria da Defensoria Pública na Operação Policial realizada no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha”, os ouvidores acompanharam de perto a situação entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro. Foram colhidos relatos de familiares, moradores e testemunhas, que descreveram abordagens violentas, invasões de domicílio e humilhações.
Uma das vítimas, mulher de 23 anos, relatou ter sido assediada por um policial encapuzado:
“Eles entraram aqui em casa e ficaram me secando, dizendo que uma mulher bonita como eu merecia morar em um lugar melhor. Quando o com a toca ninja saiu, apertou o meu peito”, contou à Ouvidoria.
Outra moradora, manicure, relatou ter acordado durante a invasão policial:
“Acordei assustada com as vozes deles. Levantaram o lençol com a ponta do fuzil e ficaram mexendo na minha blusa. Pedi por favor, explicando que não tinha envolvimento com nada”, disse.
A Secretaria de Segurança Pública informou que a operação cumpriu 20 dos 100 mandados de prisão expedidos pela Justiça e prendeu 93 pessoas em flagrante. A ação tinha como alvo o Comando Vermelho, facção que domina a região.
🏘️ Impactos nas comunidades
A Ouvidoria destacou que a operação causou graves prejuízos sociais, com escolas, clínicas da família e centros de assistência fechados. Crianças ficaram sem aulas e sem alimentação escolar, enquanto idosos e pacientes do SUS não conseguiram acesso a consultas e medicamentos.
“Acha que todo mundo que mora na favela é traficante. Aqui tem professor, jogador de futebol, advogado e muita gente trabalhadora”, disse um morador.
As equipes da Defensoria também relataram corpos com sinais de execução, incluindo mãos amarradas, tiros na cabeça e marcas de facadas na região conhecida como Vacaria.
Entre os depoimentos, uma mulher afirmou que o marido, pedreiro, foi morto durante a operação. Outra relatou o desaparecimento do irmão adolescente de 17 anos. Há ainda denúncias de armas plantadas em veículos de civis feridos.
⚖️ Violações e recomendações
O relatório lista denúncias de tortura, execuções, assédio, invasões de domicílio, roubos e omissão de socorro. A Ouvidoria sugeriu uma série de medidas para evitar novas tragédias, entre elas:
Uso obrigatório e fiscalização das câmeras corporais em policiais e viaturas;
Independência das perícias em casos de violência de Estado;
Investigação da cadeia de comando operacional e política;
Apoio psicossocial e reparação às famílias das vítimas;
Investimentos em educação, saúde, cultura e moradia nas favelas.
A Polícia Militar informou, em nota, que colabora integralmente com as investigações sobre as ações realizadas. Até o fechamento da matéria, a Secretaria de Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública não haviam se pronunciado.
💬 Conclusão reflexiva
Os relatos trazidos pela Ouvidoria reacendem o debate sobre o limite da força policial e a necessidade urgente de políticas públicas que priorizem a vida nas favelas do Rio. Enquanto as famílias buscam por justiça, cresce a pressão por uma atuação do Estado que respeite os direitos humanos e a dignidade dos moradores das periferias.
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