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Curitiba,08/05/2025

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    PDT rompe com governo Lula e declara independência política após saída de Lupi

    Decisão de se afastar da base aliada foi motivada pela saída do ministro Carlos Lupi e reacende debate sobre alianças de esquerda para as eleições de 2026

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    PDT rompe com governo Lula e declara independência política após saída de Lupi O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), durante a campanha de 2022 - Stephan Eilert

    Crise política: PDT oficializa saída da base do governo Lula

    A política brasileira ganhou um novo capítulo nesta semana com a decisão do PDT (Partido Democrático Trabalhista) de se declarar independente em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio veio após a demissão de Carlos Lupi do cargo de ministro da Previdência Social, em meio à pressão gerada por escândalos de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

    Embora Lupi não esteja entre os investigados pela Polícia Federal ou pela Controladoria-Geral da União, sua saída foi considerada inesperada e, principalmente, mal conduzida pela direção nacional do partido. A gota d’água foi a escolha do sucessor na pasta sem qualquer consulta formal ao PDT.

    Como tudo começou: saída de Lupi e a crise no INSS

    Na última sexta-feira (2), Carlos Lupi entregou seu pedido de demissão ao presidente Lula. Desde janeiro, ele vinha enfrentando críticas dentro e fora do governo por sua condução da pasta da Previdência, especialmente após a deflagração de uma operação da PF que investigava fraudes milionárias no sistema de concessão de benefícios do INSS.

    Mesmo sem estar diretamente envolvido nas irregularidades, o desgaste político se intensificou após a operação atingir nomes de confiança do ministério, como o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que é investigado, mas nega qualquer envolvimento.

    Lupi divergiu abertamente de Lula, defendendo a permanência de Stefanutto no cargo, o que teria sido mal recebido pelo Planalto.

    Substituição sem consulta agrava tensão

    Para o lugar de Lupi, o governo escolheu Wolney Queiroz, que já atuava como número 2 da pasta. Embora também seja do PDT, o nome de Wolney foi visto como uma imposição do Palácio do Planalto, sem qualquer diálogo com a executiva do partido.

    Segundo integrantes da bancada do PDT na Câmara dos Deputados, a substituição foi tratada como unilateral. “Neste momento, estamos nos colocando em posição de independência”, afirmou o líder da bancada, deputado Mário Heringer (MG).

    A decisão foi oficializada após reunião dos deputados federais do partido com Carlos Lupi na manhã de terça-feira (6). O ex-presidenciável Ciro Gomes, nome de destaque da legenda, não participou da reunião.

    Reflexos da ruptura: PDT mira eleição de 2026

    A nova postura do PDT tem impacto direto nas movimentações políticas rumo às eleições presidenciais de 2026. O próprio Heringer afirmou que o partido pretende discutir novas candidaturas para o pleito, reiterando o histórico do PDT de lançar alternativas de centro-esquerda ao Planalto.

    Nas últimas eleições, o PDT lançou Ciro Gomes, que terminou a corrida presidencial em quarto lugar, com apenas 3% dos votos válidos. No segundo turno, o partido apoiou Lula, o que agora parece estar sendo reavaliado.

    “Se oferecemos alternativa antes, podemos oferecer novamente”, declarou Heringer, sinalizando que a legenda não pretende mais seguir automaticamente as decisões do PT.


    Independência, mas não oposição: qual será a postura do PDT?

    Apesar do afastamento da base governista, o PDT evita se colocar na oposição. Segundo deputados da legenda, a nova fase será marcada por análise crítica de cada pauta, com votos alinhados aos valores históricos do partido, como a defesa da seguridade social, educação pública e políticas trabalhistas.

    “O partido não vai simplesmente se opor. Vamos refletir projeto a projeto, com foco nos interesses da população”, afirmou o deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP).

    No grupo de WhatsApp da bancada, circula a mensagem de que a ruptura não significa rompimento total com o governo. “Continuamos na base no sentido das discussões macro, mas iniciamos uma reflexão sobre 2026 e sobre a relação política com o PT nos estados”, disse Malafaia.


    Modelo PP, União Brasil e Republicanos: independência com ministérios

    A postura do PDT agora se assemelha à de outras legendas que, mesmo com ministérios no governo, não se consideram parte oficial da base aliada. É o caso de:



    • PP (Partido Progressista), com André Fufuca no Ministério dos Esportes;




    • União Brasil, com Celso Sabino (Turismo), Waldez Goés (Integração) e Siqueira Filho (Comunicações);




    • Republicanos, com Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).



    Esses partidos adotam uma estratégia de apoio pontual ao governo, especialmente em temas econômicos, mas também se unem à oposição em pautas polêmicas, como a instalação de CPIs ou propostas relacionadas à pauta de costumes.


    Repercussão e tentativa de reaproximação

    Diante da repercussão, a ministra Gleisi Hoffmann, que comanda a Secretaria de Relações Institucionais, iniciou conversas com lideranças do PDT. Na segunda-feira (5), ela se encontrou com Heringer e pretende reunir-se com toda a bancada nos próximos dias para tentar conter os danos.

    A equipe política do Planalto vê com preocupação a perda de apoio em um momento de tramitação de projetos importantes no Congresso Nacional, como o novo arcabouço fiscal, reformas tributárias e mudanças na Previdência.


    Impacto regional: reflexos no Paraná e em Curitiba

    Embora o PDT não tenha ministérios com forte presença no Paraná atualmente, o partido conta com bases importantes no estado e capital. O afastamento da base governista pode:



    • Influenciar alianças municipais para as eleições de 2024 em Curitiba;




    • Alterar a relação com figuras do PT local;




    • Aumentar o espaço de negociação com partidos de centro.



    A nova postura também permite maior liberdade para deputados estaduais e vereadores do PDT no Paraná, que podem dialogar com outras legendas da centro-esquerda ou até mesmo da centro-direita, conforme a conjuntura local.


    Conclusão: ruptura estratégica ou prenúncio de cisão maior?

    A saída do PDT da base do governo Lula é mais do que uma reação à demissão de um ministro. É um reposicionamento estratégico de uma legenda histórica que busca retomar protagonismo eleitoral e ideológico.

    A decisão de atuar com independência marca um novo ciclo na política nacional, com rearranjos no bloco de centro-esquerda e maior flexibilidade para composições em estados e municípios.

    Com as eleições de 2026 no horizonte, o PDT parece disposto a construir um novo projeto político — desta vez, sem a sombra do PT.


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