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Curitiba,07/05/2025

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    Fraude no INSS: PF desmantela esquema de R$11,5 milhões

    Operação Egrégora revela ação criminosa de quase 20 anos com uso de idosos e documentos falsos para desviar recursos do BPC; escândalo expõe fragilidades no sistema previdenciário brasileiro.

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    Fraude no INSS: PF desmantela esquema de R$11,5 milhões Esquema causou prejuízo estimado em mais de R$ 11,5 milhões aos cofres públicos. Crédito: Arte: Notícias de Curitiba

    Você sabia que fraudes no INSS podem durar quase duas décadas sem serem descobertas?

    Esse foi o caso revelado pela Polícia Federal nesta terça-feira (6), que prendeu três suspeitos de participar de um esquema milionário de fraudes previdenciárias, operando há cerca de 20 anos em Minas Gerais. Com prejuízo estimado em mais de R$ 11,5 milhões, o caso levanta preocupações sobre a segurança dos sistemas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que atende milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade.




    Como funcionava o esquema de fraudes contra o INSS


    A operação, batizada de Egrégora, revelou um sofisticado esquema de falsificação de documentos, utilizado para criar beneficiários fictícios que recebiam o Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado a idosos e pessoas com deficiência em situação de pobreza.


    Principais elementos do esquema:




    • Falsificação de certidões de nascimento, documentos de identidade e comprovantes de residência;




    • Uso de idosos reais para se passarem por beneficiários fictícios;




    • Utilização de documentos falsos para cadastrar pessoas inexistentes no sistema do INSS;




    • Liberação de recursos mensais do BPC, equivalentes a um salário mínimo (R$ 1.518), por beneficiário fraudulento.




    Locais das ações policiais:




    • Belo Horizonte




    • Contagem




    • Betim




    Em oito endereços diferentes, os agentes apreenderam documentos, computadores e celulares, fundamentais para aprofundar as investigações.




    Idosos recrutados para fraudes


    Pelo menos dez idosos foram identificados como cúmplices do esquema. Eles se passavam por beneficiários fictícios, indo até as agências para realizar saques ou apresentar-se como os titulares do benefício. Esses idosos recebiam uma parte dos valores desviados, enquanto o restante ficava com os fraudadores principais.




    Benefício de Prestação Continuada (BPC): alvo principal


    De acordo com o Ministério da Previdência Social, o foco principal da fraude eram os recursos do BPC, um dos pilares da assistência social brasileira.


    O que é o BPC?




    • Pago a pessoas com 65 anos ou mais ou com deficiência de qualquer idade;




    • Necessário comprovar baixa renda familiar;




    • Valor: R$ 1.518 por mês, sem necessidade de contribuição anterior ao INSS.




    A escolha do BPC como alvo demonstra conhecimento técnico dos criminosos, uma vez que esse benefício tem menos exigências de comprovação trabalhista, facilitando a criação de perfis fictícios.




    Operação Sem Desconto: outro escândalo recente no INSS


    A nova prisão ocorre duas semanas após a Operação Sem Desconto, outra grande ofensiva da PF contra fraudes no sistema previdenciário. Nessa operação, a Polícia Federal e a CGU identificaram descontos ilegais em milhões de benefícios previdenciários.


    Entenda o caso:




    • Aposentados e pensionistas tinham valores descontados de seus benefícios sem autorização;




    • Descontos iam para sindicatos, associações e entidades de classe;




    • Muitos beneficiários afirmaram nunca ter se filiado a essas entidades.




    Essa operação levou à exoneração de Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS, e ao afastamento de quatro dirigentes da autarquia. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, também pediu demissão.




    Suspensão de acordos e bloqueio de bens


    Em resposta ao escândalo, o INSS suspendeu todos os acordos de cooperação técnica com entidades associativas, impedindo que novos descontos automáticos fossem realizados nos benefícios de aposentados e pensionistas.


    Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou um grupo especial para buscar:




    • Recuperação judicial e administrativa dos valores desviados;




    • Ressarcimento aos beneficiários prejudicados;




    • Bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens patrimoniais dos investigados.






    Reflexos para o Paraná e o Brasil


    Apesar da operação ocorrer em Minas Gerais, os reflexos do caso se espalham por todo o Brasil, incluindo Curitiba e o estado do Paraná. O escândalo evidencia fragilidades estruturais do sistema previdenciário nacional, que também atende milhares de paranaenses em situação de vulnerabilidade.


    Casos como este reforçam a urgência de modernizar os sistemas de controle e verificação do INSS, adotando tecnologias de biometria, cruzamento de dados em tempo real e auditorias periódicas para evitar que fraudes semelhantes voltem a ocorrer.




    Conclusão


    A operação Egrégora é mais um capítulo de uma série de ações que mostram como o sistema previdenciário brasileiro ainda enfrenta sérias vulnerabilidades. Combinando falsificações sofisticadas e a cooptagem de idosos, os criminosos conseguiram burlar o INSS por quase 20 anos.


    Para Curitiba e o Paraná, fica o alerta: é essencial fortalecer a fiscalização, adotar tecnologias de rastreamento e validação de identidade e promover uma revisão contínua dos cadastros de beneficiários, especialmente dos programas assistenciais mais visados por fraudadores.




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