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Curitiba,08/06/2025

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    Acordo Mercosul-União Europeia: Macron exige cláusulas ambientais, Lula pede equilíbrio

    Acordo Mercosul-União Europeia volta ao centro das atenções com exigências ambientais da França e apelo diplomático de Lula por mais equilíbrio nas negociações.

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    Acordo Mercosul-União Europeia: Macron exige cláusulas ambientais, Lula pede equilíbrio Lula e Macron conduzem reunião bilateral no Palácio do Eliseu, em Paris. Créditos: Ricardo Stuckert / PR

    Acordo Mercosul-União Europeia é foco de embate entre Macron e Lula durante encontro em Paris


    A busca por um consenso entre os países do Mercosul e da União Europeia voltou a ocupar os holofotes nesta quinta-feira (5), após o presidente francês Emmanuel Macron afirmar que o acordo precisa de melhorias, especialmente no que diz respeito à produção agrícola. Durante um encontro oficial em Paris, Macron defendeu a adoção de cláusulas-espelho e salvaguardas ambientais — exigências que, segundo ele, garantiriam maior equidade regulatória entre os blocos comerciais.




    Palco em Paris: o que está em jogo nas negociações


    O ponto central da crítica de Macron está na diferença entre os padrões ambientais e agrícolas da União Europeia e do Mercosul. As chamadas cláusulas-espelho propõem que os produtos agrícolas importados sigam os mesmos critérios regulatórios exigidos dos agricultores europeus, como a proibição de determinados agrotóxicos.


    “Proibimos os nossos agricultores de utilizarem agrotóxicos, por exemplo, para respeitar mais o meio ambiente. Mas os países do Mercosul não estão no mesmo nível de regulamentação. Há uma discrepância”, declarou Macron, em coletiva ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.




    Presidentes de França e Brasil discutem impasses no acordo Mercosul-UE em encontro diplomático em Paris.


    O líder francês foi enfático ao afirmar que liberar o mercado europeu para produtos que não seguem os mesmos padrões seria uma injustiça com os agricultores locais. “Vamos matar a nossa agricultura. Isso é injusto e não é a visão do presidente Lula”, reforçou.




    Brasil responde com diplomacia e apelo por pragmatismo


    Em resposta, Lula adotou tom conciliador, pedindo sensibilidade por parte da França. “Meu caro, abra o seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com o nosso querido Mercosul”, disse o presidente brasileiro, lembrando que o Brasil assumirá a presidência temporária do Mercosul no próximo semestre.


    Lula defendeu o compromisso do país com a preservação ambiental e rebateu críticas ao sistema produtivo brasileiro. “Temos cinco biomas muito importantes e tratamos esses biomas como se estivéssemos tratando a nossa própria cama”, argumentou, ao citar a extensão territorial do Brasil como um desafio adicional ao controle ambiental.




    Agricultura brasileira busca ampliar práticas sustentáveis para atender exigências internacionais.


    O presidente também sugeriu diálogo direto entre cooperativas agrícolas brasileiras e francesas para desfazer receios e construir entendimento mútuo.




    Dados revelam desafios comerciais entre os dois blocos


    Segundo Lula, o comércio bilateral entre Brasil e França ainda está aquém do potencial. Ele comparou os números atuais com os de 2012, destacando queda nos fluxos comerciais. “Demos um passo atrás. E é preciso, agora, dar dois passos à frente, como se estivéssemos dançando um bom bolero latino-americano”, afirmou, com humor.


    Atualmente, o comércio bilateral é de US$ 9,1 bilhões, com a França figurando como o terceiro maior investidor estrangeiro no Brasil, com mais de US$ 66,3 bilhões em estoque. Esses dados reforçam a importância do estreitamento das relações, especialmente em um cenário global de reconfiguração de cadeias produtivas e pressões climáticas.


    De acordo com relatório da Comissão Europeia, o acordo Mercosul-UE é visto como um dos mais ambiciosos já negociados pela UE, abrangendo mais de 750 milhões de consumidores e prevendo eliminação de tarifas em mais de 90% dos produtos comercializados entre os blocos.




    O que esperar daqui para frente?


    A visita de Lula à França – a primeira de um presidente brasileiro em 13 anos – sinaliza uma tentativa de reaproximação diplomática e de alinhamento estratégico entre os países. Os 20 atos bilaterais assinados nas áreas de saúde, ciência, segurança e educação mostram um leque mais amplo de cooperação além do comércio.


    A participação de Lula no Fórum Econômico Brasil-França, agendado para esta sexta-feira (6), pode trazer novos anúncios sobre investimentos e, quem sabe, destravar alguns dos impasses comerciais.


    A grande questão, no entanto, permanece: como equilibrar a proteção ambiental com a necessidade de desenvolvimento econômico, especialmente em países com realidades socioeconômicas tão distintas? A resposta pode estar justamente na cooperação mais próxima entre os setores produtivos dos dois lados do Atlântico.




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