Vendas da Indústria Paulista Crescem 16,1% no Primeiro Bimestre de 2025
Indústria de São Paulo mostra recuperação após três anos de retração consecutiva

A indústria paulista registrou um crescimento expressivo de 16,1% nas vendas no primeiro bimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta terça-feira (1º). Este resultado marca uma inversão positiva após três anos de quedas consecutivas nos primeiros bimestres: 7,4% em 2024, 3,3% em 2023 e 9,2% em 2022.
Além do avanço nas vendas, o setor também demonstrou crescimento nas horas trabalhadas, que aumentaram 3,8% em relação ao mesmo período de 2024. Contudo, os salários reais médios apresentaram uma ligeira queda de 0,7% no mesmo intervalo, apontando para uma possível contenção de custos por parte das indústrias, mesmo com a recuperação nas vendas.
Acumulado em 12 Meses e Comparações Mensais
No acumulado dos últimos 12 meses, de março de 2024 a fevereiro de 2025, o setor industrial paulista também registrou crescimento de 4,3% nas vendas. Este é o terceiro resultado positivo consecutivo neste tipo de análise, demonstrando uma tendência consistente de recuperação.
O indicador de horas trabalhadas na produção também se manteve em alta, com um avanço de 2,6% no período. Os salários reais médios, por outro lado, registraram elevação de 0,7%, indicando um ligeiro ajuste positivo apesar da queda observada no bimestre.
No entanto, ao se observar a variação mensal, as vendas do setor industrial caíram 4,4% em fevereiro em comparação a janeiro. Este resultado reflete uma correção natural após o forte crescimento registrado no primeiro mês do ano, de 14,5%. Os outros componentes da pesquisa também apresentaram resultados negativos: as horas trabalhadas na produção recuaram 0,2%, enquanto os salários reais médios tiveram leve queda de 0,1%.
Análise e Perspectivas
O crescimento das vendas no primeiro bimestre de 2025 é um alento para a indústria paulista, que vinha de um histórico de resultados negativos. Especialistas acreditam que esse desempenho positivo reflete, em parte, um aumento da demanda interna, impulsionada por melhores condições de consumo e investimentos estratégicos por parte das empresas.
Por outro lado, a ligeira queda nos salários reais médios pode indicar que a recuperação ainda não se reflete totalmente na remuneração dos trabalhadores, possivelmente como uma medida de contenção de custos para garantir competitividade.
O cenário é promissor para o restante de 2025, mas requer atenção para possíveis oscilações nas vendas mensais e na sustentabilidade desse crescimento. A continuidade desse avanço dependerá da manutenção de políticas econômicas favoráveis e de investimentos contínuos em tecnologia e inovação.
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