Um grave acidente de trânsito registrado na noite desta quinta-feira (1º) no bairro Santa Cândida, em Curitiba, deixou um ciclista de cerca de 30 anos em estado crítico. A colisão aconteceu em um cruzamento conhecido por sua movimentação intensa e envolveu um Fiat Idea que seguia pela via rápida. A vítima bateu violentamente a cabeça no para-brisa do carro e precisou ser entubada no local antes de ser encaminhada ao Hospital Cajuru.

A situação levanta novamente discussões importantes sobre a infraestrutura urbana, comportamento de motoristas e ciclistas, e os riscos enfrentados por quem pedala nas ruas da capital paranaense.

Detalhes do Acidente

Local e dinâmica da colisão

O acidente ocorreu por volta das 20h no cruzamento entre as ruas Osvaldo Portugal Lobato e João Gbur, no bairro Santa Cândida. Segundo informações do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), o ciclista trafegava pela Rua João Portugal e, ao tentar acessar a Rua João Gbur, teria feito uma curva no sentido contrário da via, o que é considerado uma conversão proibida.

Nesse momento, um Fiat Idea, que seguia pela via rápida com prioridade, não conseguiu evitar o impacto e colidiu frontalmente com o ciclista.

“Foi um acidente feio. A vítima bateu a cabeça no para-brisa e precisou ser entubada”, relatou o tenente Lemos, do BPTran.

Estado de saúde e atendimento da vítima

O ciclista sofreu traumatismo craniano e apresentava ferimentos graves, especialmente na região da cabeça. O Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) foi acionado imediatamente, realizando os primeiros socorros no local.

A vítima foi entubada e transportada com urgência ao Hospital Cajuru, referência em atendimentos de alta complexidade na capital.

Cruzamento perigoso e recorrência de acidentes

O cruzamento onde ocorreu a colisão é conhecido por ser movimentado e por já ter registrado outros acidentes anteriormente, especialmente no período da noite, quando a visibilidade e o fluxo de veículos aumentam.

Moradores da região relatam que a sinalização é confusa e que a falta de ciclovias obriga ciclistas a disputar espaço com carros e motos.

Segurança dos ciclistas em Curitiba: desafio contínuo

Segundo dados da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), Curitiba registrou mais de 400 acidentes envolvendo ciclistas em 2023. Desses, 35 resultaram em ferimentos graves e 12 em mortes.

Apesar dos esforços da Prefeitura para ampliar a malha cicloviária – que hoje soma cerca de 260 km –, muitos trechos ainda não possuem infraestrutura adequada, principalmente nos bairros periféricos como o Santa Cândida.

Fatores que aumentam os riscos:

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  Falta de iluminação pública em trechos críticos.

  
  


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  Ausência de faixas exclusivas para ciclistas.

  
  


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  Conversões irregulares e manobras arriscadas.

  
  


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  Pouca fiscalização em horários de menor fluxo.

  
  

Orientações das autoridades de trânsito

O tenente Lemos reforça que, mesmo em vias urbanas, é essencial que ciclistas sigam as normas de trânsito, incluindo sentido de circulação e uso de equipamentos de segurança:

“É obrigatório o uso de capacete e sinalização refletiva. E, claro, é preciso conhecer o Código de Trânsito e respeitar as regras, principalmente em cruzamentos perigosos.”

A BPTran destaca ainda que motoristas também devem estar atentos, respeitando a distância lateral mínima de 1,5 metro ao ultrapassar ciclistas e reduzindo a velocidade em áreas com tráfego misto.

Iniciativas locais e demandas da comunidade

Entidades como a Cicloiguaçu e o movimento Bike Anjo Curitiba têm pressionado o poder público por mais segurança e conscientização no trânsito.

Entre as propostas defendidas:

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  Implementação de ciclovias protegidas em regiões com histórico de acidentes.

  
  


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  Campanhas educativas voltadas tanto para motoristas quanto ciclistas.

  
  


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  Instalação de semáforos com tempo exclusivo para ciclistas em cruzamentos movimentados.

  
  

Moradores do Santa Cândida já solicitaram à prefeitura a instalação de redutores de velocidade e melhor sinalização no cruzamento da Rua João Gbur – onde o acidente ocorreu.

Conclusão

O caso do ciclista atropelado no Santa Cândida evidencia a urgência de melhorias na segurança viária para todos os modais em Curitiba. Com a crescente adesão ao uso de bicicletas como meio de transporte alternativo e sustentável, é indispensável que políticas públicas avancem no mesmo ritmo.

Acidentes como esse têm impacto direto nas famílias e na mobilidade urbana, e poderiam ser evitados com ações integradas de engenharia, fiscalização e educação. Para uma cidade mais segura, todos os agentes – do governo ao cidadão – precisam fazer sua parte.