Você sabia que uma cidade no Paraná decidiu zerar a tarifa do transporte coletivo por três meses? Pois é. Em Irati, no centro do estado, a Prefeitura tomou uma medida emergencial para evitar que a população ficasse sem ônibus após o encerramento das atividades da empresa responsável. A decisão impacta diretamente trabalhadores e estudantes que dependem diariamente do transporte público, garantindo o acesso gratuito ao serviço por 90 dias.

Por que Irati adotou a tarifa zero no transporte público

A iniciativa da tarifa zero em Irati começou a valer no dia 1º de maio, logo após a saída da antiga concessionária Transiratiense, que alegou dificuldades financeiras para manter o serviço. Para garantir a continuidade do transporte coletivo, a Prefeitura firmou uma contratação emergencial com a empresa Gênesis Transportes.

O novo contrato temporário prevê um gasto de R$ 360.744,29 durante o período de três meses, conforme publicado no Diário Oficial do Município no dia 2 de maio.

“A medida emergencial visa garantir a continuidade do serviço sem interrupção, para oferecer transporte para a população, especialmente aos trabalhadores, durante o período de transição — até que uma solução definitiva seja encontrada”, explicou a administração municipal.

O que motivou a saída da antiga empresa

A Transiratiense, que até então era responsável pela operação do transporte coletivo na cidade, comunicou oficialmente sua saída alegando incapacidade de cumprir os compromissos assumidos. A gestão municipal informou que tentou manter a prestação do serviço, mas a empresa não conseguiu se manter financeiramente ativa.

A crise enfrentada pela operadora anterior escancarou a necessidade de um novo modelo de concessão ou subsídio, o que motivou a Prefeitura a assumir o custo da operação neste período transitório.

Como vai funcionar o transporte gratuito

A Prefeitura se comprometeu a divulgar novos horários, itinerários e pontos de embarque nos próximos dias, por meio do site oficial, redes sociais e imprensa local. A expectativa é que os serviços operem normalmente, sem prejuízos à população, enquanto se busca uma solução definitiva.

Entre os públicos diretamente beneficiados estão:

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  Trabalhadores do comércio e da indústria;

  
  


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  Estudantes da rede pública e privada;

  
  


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  Idosos e pessoas com deficiência;

  
  


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  Moradores da zona rural com necessidade de deslocamento diário.

  
  

Experiência de tarifa zero em outras cidades do Brasil

A adoção de tarifa zero no transporte público não é inédita no Brasil. Cidades como Maricá (RJ), Caeté (MG) e Balneário Camboriú (SC) já testaram ou implantaram modelos similares, com financiamento 100% público ou híbrido.

Em muitos casos, a medida visa incentivar o uso do transporte coletivo, reduzir o número de veículos nas ruas e aliviar o orçamento das famílias, especialmente em momentos de crise econômica.

Vantagens apontadas por especialistas:

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  Aumento da mobilidade urbana;

  
  


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  Redução de emissão de poluentes;

  
  


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  Maior acesso à cidade por populações de baixa renda;

  
  


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  Fortalecimento do comércio local com mais circulação de pessoas.

  
  

O impacto financeiro da medida em Irati

O custo de R$ 360,7 mil em três meses representa, para uma cidade como Irati, um investimento significativo, mas pontual. Segundo a Prefeitura, trata-se de uma ação emergencial e temporária, enquanto se reestrutura o modelo de concessão.

A estimativa é que o município gaste, em média, R$ 120 mil por mês com a operação gratuita — valor que cobre motoristas, combustíveis, manutenção dos veículos e coordenação do sistema.

O que dizem os moradores de Irati

Embora a Prefeitura ainda não tenha divulgado os novos horários e rotas, a notícia da gratuidade foi bem recebida pela população. Muitos cidadãos usaram as redes sociais para celebrar a medida e comentar os benefícios.

Relatos locais:

“Vai ajudar muito quem depende do ônibus todo dia, ainda mais quem está desempregado ou com salário apertado”, comentou Adriana R., moradora do bairro São Francisco.

“Espero que o serviço melhore também com essa nova empresa. Não adianta ser gratuito se o ônibus não passa nos horários certos”, disse João M., estudante universitário.

Próximos passos: nova licitação e possíveis modelos definitivos

A Prefeitura informou que, paralelamente à medida emergencial, já trabalha na elaboração de um novo processo licitatório para contratação definitiva do serviço. A intenção é lançar o edital ainda em 2025, com regras mais claras e garantias para evitar a repetição do problema enfrentado com a Transiratiense.

Entre as possibilidades avaliadas estão:

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  Modelo de concessão com subsídio público parcial;

  
  


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  Transporte regional integrado com municípios vizinhos;

  
  


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  Criação de uma autarquia municipal de transporte.

  
  

Conclusão: uma oportunidade para repensar a mobilidade urbana

A situação em Irati mostra como desafios na prestação de serviços essenciais podem abrir espaço para inovações sociais. A tarifa zero, mesmo que temporária, permite à gestão pública testar alternativas e medir os impactos diretos na vida da população.

Se for bem estruturada e acompanhada de dados, a experiência poderá servir de modelo para outras cidades do Paraná e até do Brasil, que enfrentam dilemas semelhantes com o transporte coletivo.